John Wesley Taylor V

Por que educação adventista?

Perspectivas iniciais sobre o valor da educação adventista

A Igreja Adventista do Sétimo Dia opera um sistema educacional global com 111.476 professores e 2.064.741 alunos em 9.589 instituições educacionais, do ensino fundamental ao universitário.1 A extensão do sistema escolar adventista é em si uma declaração do valor real que a denominação atribui à educação dentro do contexto da fé. Foi sempre assim? Consideraremos as primeiras evidências do valor percebido da educação adventista dentro de um contexto histórico.

No início

A denominação Adventista do Sétimo Dia surgiu do movimento milerita, que se concentrava no retorno de Cristo esperado em 1844. Em antecipação, muitas famílias retiraram seus filhos da escola.2 Quando o regresso de Cristo não ocorreu como previsto, alguns crentes sustentaram que a vinda de Cristo ainda era iminente e, consequentemente, não acreditavam que a educação fosse importante ou necessária.3 Além disso, as crianças de famílias adventistas que frequentavam a escola eram frequentemente importunadas pela sua fé. Como resultado, nos anos posteriores a 1844, bem como antes do Grande Desapontamento, alguns pais optaram por não mandar os filhos à escola.4

Esta visão antieducacional persistiu em alguns segmentos do adventismo. Quase duas décadas depois, por exemplo, W. H. Ball escreveu à The Advent Review and Sabbath Herald5 perguntando se é “certo e consistente para nós, que acreditamos de todo o coração na vinda imediata do Senhor, procurar dar aos nossos filhos uma educação”.6 Ainda em 1872, G. I. Butler, presidente da Associação Geral, observou que havia adventistas que se sentiam “muito incomodados com a perspectiva [de estabelecer uma escola denominacional], pensando ser uma negação da nossa fé na breve vinda de Cristo, e que tudo terminaria em formalidade e morte espiritual.”7

Contudo, não se passaram muitos anos depois de 1844, antes que pelo menos alguns adventistas observadores do sábado começassem a reconhecer a necessidade de educação para seus filhos. Seguindo uma prática comum na época, principalmente nas áreas rurais, uma ou mais famílias contratavam um professor para ensinar seus filhos. O que é digno de nota é que a educação nessas primeiras cooperativas adventistas de educação domiciliar era fornecida por alguém que compartilhava de suas crenças religiosas.8

Primeiras escolas adventistas sabatistas

Uma das primeiras escolas adventistas sabatistas9 começou a funcionar em 16 de dezembro de 1853, em Bucks Bridge, Nova York, sob a liderança de um pregador-agricultor, John Byington, que mais tarde se tornaria o primeiro presidente da Associação Geral da Igreja. A filha de John Byington, Martha (Foto 1), de 19 anos, era professora e tinha 17 alunos matriculados.10 No ano seguinte, Lucinda Payne tornou-se professora e, em 1855, o bastão passou para o irmão de Martha, John Fletcher Byington. A escola agora funcionava no prédio da igreja, e não em uma casa, e algumas crianças de famílias não adventistas também estavam matriculadas.11

Enquanto isso, em 1854, uma escola adventista domiciliar foi dirigida em Jackson, Michigan,12 e outra em Northfield, Vermont, sob a liderança de Josiah Hart, um pastor adventista, com Mary Baker como professora dos quatro filhos de Hart.13 Algumas das primeiras tentativas de educação domiciliar podem ter sido influenciadas por um artigo de Joseph Bates na Second The Advent Review and Sabbath Herald, no qual ele exortava os pais a fornecer instrução religiosa a seus filhos;14 bem como pelo artigo de Ellen White “Dever dos Pais para com Seus Filhos” em que ela defendia: “Pais, se vocês desejam salvar seus filhos, separem-nos do mundo, mantenham-nos longe da companhia de crianças más.”15

Em outubro de 1855, Tiago e Ellen White mudaram a gráfica adventista para Battle Creek, Michigan. O filho deles, Edson, lembraria mais tarde que se matriculou “na primeira escola adventista em Battle Creek, [que] foi dirigida pela Sra. M. M. Osgood [...] Ela funcionou durante cerca de um ano.”16 Em 1856, com pouco mais de 20 anos e tendo servido como professor numa escola pública, Robert Holland abriu uma escola privada em Battle Creek para os filhos dos adventistas observadores do sábado. No entanto, a duração escolar foi curta devido à insatisfação dos pais com a disciplina fraca na escola.17 Nessa época, Tiago White escreveria uma série de artigos em três partes na The Advent Review and Sabbath Herald defendendo que seria melhor para crianças serem educadas em casa pelos pais ou por um tutor que guarda o sábado do que serem expostas à imoralidade nas escolas públicas.18

Em 1858, com o apoio dos líderes da igreja de Battle Creek, John Fletcher Byington (Foto 2), que lecionava na escola Bucks Bridge, planejou abrir uma escola em Battle Creek. Tiago White promoveu a escola na The Advent Review and Sabbath Herald, declarando: “O irmão J. F. Byington planeja iniciar uma Escola em Battle Creek no primeiro dia de fevereiro de 1858, para benefício dos filhos dos observadores do sábado no local, e também daqueles de fora.”19 Ele percebeu que “muita ansiedade tem sido expressada por vários irmãos e irmãs de outras cidades no que diz respeito a enviar seus filhos para uma boa escola em Battle Creek. Isto, somado às necessidades dos nossos próprios filhos, induziu-nos a convidar o irmão Byington a abrir uma escola aqui.”20

Infelizmente, a escola não durou muito. W. C. White observou que “as grandes esperanças do pastor White e dos oficiais da Igreja de Battle Creek em relação a este esforço escolar nunca se concretizaram. As pessoas que criticaram Robert Holland pela pouca disciplina criticaram Fletcher Byington pela disciplina excessiva, e depois de uma experiência breve e tempestuosa, o empreendimento foi abandonado.”21 No entanto, a iniciativa de John Fletcher Byington pode configurar a primeira escola promovida pela Igreja entre os adventistas observadores do sábado.

Tiago White, porém, ficou desanimado. Em 1861, em resposta a William Russell, que havia escrito para The Advent Review and Sabbath Herald na esperança de estabelecer uma escola em Battle Creek, Tiago White, como editor, escreveu: “Fizemos um teste completo de uma escola em Battle Creek sob as circunstâncias mais favoráveis e desistimos por não haver correspondido com as expectativas dos interessados. Desejamos, portanto, ser poupados de fazer qualquer esforço em relação a essa iniciativa.”22

Isso não ajudou muito, já que em 1862 a cidade de Battle Creek construiu uma nova escola conhecida como “Número Três”, na parte oeste da cidade, onde morava a maioria das famílias adventistas. W. C. White lembrou que foram contratados bons professores, que se esforçaram para dirigir a escola em harmonia com os princípios cristãos. Como resultado, muitos adventistas observadores do sábado enviaram seus filhos para essa escola pública. Contudo, à medida que os alunos se formavam na Número Três e iam para a escola secundária, “os pais ficavam perplexos e ansiosos ao observar que as influências mundanas e irreligiosas estavam moldando o carácter dos seus filhos”.23 Alguma coisa precisava ser feita.

Base para a primeira escola denominacional

Em maio de 1863, a denominação Adventista do Sétimo Dia foi formalmente organizada.24 Em 1866, o Instituto de Saúde havia sido estabelecido, o trabalho de publicações na Review and Herald estava se expandindo, e a igreja de Battle Creek tinha crescido para quase 400 membros.

Nessa época, um professor de Michigan, com cerca de 30 anos, Goodloe Harper Bell (Foto 3), veio para o Instituto Ocidental de Reforma da Saúde (Western Health Reform Institute), em Battle Creek, com a saúde debilitada.25 Embora em grande parte autodidata, Bell também estudara no Oberlin College,26 apesar de não ter se formado devido ao falecimento do pai. Através do programa de saúde, Bell se recuperou e tornou-se adventista do sétimo dia. Enquanto estava em Battle Creek, Bell começou a ensinar gramática e redação para vários jovens adventistas, incluindo o filho de Tiago White, Edson.27

Quando os líderes da igreja de Battle Creek souberam do trabalho de Bell, contrataram-no em 1868 para lecionar numa escola diurna.28 Após um ano, porém, a igreja de Battle Creek abandonou o seu patrocínio devido aos encargos financeiros da escola. Bell, no entanto, continuou com a escola (Foto 4) por um tempo como um esforço pessoal.29

Enquanto isso, os jovens que trabalhavam na editora e no Instituto de Saúde começaram a solicitar oportunidades educacionais. Ellen White recomendou que “os colaboradores da Review and Herald deveriam ter a oportunidade de privilégios escolares combinados com seu trabalho”.30 Em resposta, foram organizadas aulas matinais de caligrafia e aulas noturnas de gramática, juntamente com instrução em doutrinas bíblicas e ciências, com Bell contribuindo.

Eventualmente, porém, Bell sucumbiu à forte pressão de responsabilidades na igreja de Battle Creek e às críticas e deixou Battle Creek em algum momento durante 1871. Em 10 de dezembro, Ellen White escreveu uma severa repreensão à igreja de Battle Creek a respeito do tratamento dispensado a Bell, reconhecendo que ele também cometera erros.31

A comissão escolar

Enquanto isso, Tiago e Ellen White retornaram para Battle Creek vindos de Greenville, Michigan, onde moraram por dois anos, “e iniciaram de todo o coração o planejamento e a preparação para uma escola que deveria se transformar em uma Escola de Treinamento para Obreiros Cristãos, e finalmente em uma faculdade denominacional”.32

No início de 1872, ocorreram diversas reuniões entre os adventistas em Battle Creek sobre o tema da educação. Tiago e Ellen White convocaram essas reuniões e falaram sobre a importância de fundar uma escola denominacional. Como resultado, foi criada uma comissão para o “estabelecimento imediato de uma escola”, presidida por Uriah Smith (Foto 5).33

Em 16 de abril de 1872, o comitê publicou um artigo na The Advent Review and Sabbath Herald intitulado “Uma Escola em Battle Creek”.34 O artigo começava com uma série de perguntas: “Devemos nos apropriar, como povo, do tema da educação e formar uma sociedade educacional? Teremos uma escola denominacional, cujo objetivo será, da maneira mais curta, completa e prática, qualificar rapazes e moças para desempenhar alguma parte, mais ou menos pública, na causa de Deus? Haverá algum lugar onde os jovens possam ir para aprender os ramos das ciências que possam colocar em uso imediato e prático, e ao mesmo tempo serem instruídos sobre os grandes temas da verdade profética e outras verdades bíblicas?”

Embora o desenvolvimento de uma instituição formal fosse o objetivo global, a comissão decidiu que “a necessidade mais urgente é iniciar a escola de alguma forma. Para este fim, gostaríamos de uma resposta imediata de todos os que gostariam de frequentar tal escola”. Os estudantes em perspectiva foram convidados a responder à primeira pesquisa de mercado na educação adventista:

  1. Quais estudos você já fez e que proficiência você obteve neles?
  2. Que estudos nos ramos regulares de inglês você deseja realizar?
  3. Você deseja aprender francês, alemão, grego ou latim; um ou todos?
  4. É seu objetivo especial preparar-se para participar de alguma forma na obra de Deus?

Na edição de 7 de maio de 1872 de The Advent Review and Herald of the Sabbath, George I. Butler, presidente da Associação Geral, escreveu: “A Escola deve começar o mais cedo possível. Dois irmãos estão vindo da Europa para ser educados na língua inglesa e se familiarizar mais plenamente com a nossa fé.” Ele explicou que a escola “não foi projetada para ser um assunto local, destinada aos filhos dos observadores do sábado aqui em Battle Creek [...] Este movimento é concebido para o benefício geral da causa.”35

Ele enfatizou o propósito da escola: “Há muitos lugares no país onde qualquer pessoa desta classe poderia ir para obter educação em outras línguas, gramática, retórica, lógica, história, filosofia e ciências em geral; mas faria falta a outra vantagem de que necessitariam, isto é, a sociedade e a influência daqueles que têm a mesma fé, além de palestras e instruções sobre os diferentes pontos da verdade bíblica, conforme as defendem.”

Uma atualização de 14 de maio informou que a comissão escolar havia solicitado formalmente à Comissão da Associação Geral que assumisse a gestão do projeto.36 A Associação Geral concordou, e a escola proposta tornou-se o primeiro empreendimento educacional denominacional. A atualização incluiu o anúncio de que o primeiro período letivo começaria em 3 de junho e duraria 12 semanas. “Um lugar foi fornecido, e o professor contratado.”37 A atualização concluiu delineando que o objetivo principal seria “ajudar aqueles que desejam tornar-se trabalhadores públicos na causa da verdade”.38

Num artigo subsequente, Butler declarou: “Queremos que uma escola seja controlada por nosso povo, onde influências de caráter moral possam ser lançadas sobre os alunos, o que tenderá a preservá-los daquelas influências que são tão comuns e prejudiciais na maioria das escolas de hoje; e nesta escola desejamos um departamento no qual aqueles que trabalhariam no ministério, ou em outros cargos públicos úteis, possam receber a instrução que os qualificará para os deveres desses cargos [...] Queremos que nossos filhos tenham uma chance de cultura mental sem perda moral.” Ele afirmou que a Comissão da Associação Geral supervisionaria a escola.39

Na Review de 11 de junho, Uriah Smith anunciou que a escola havia começado em 3 de junho conforme planejado, com 12 alunos e Goodloe Harper Bell como professor.40

Os artigos sobre “educação adequada”

Ellen White (Foto 6) apoiou o projeto escolar através de seus artigos. Começando com a edição de setembro de 1872 do The Health Reformer e até o ano seguinte, ela preparou um artigo sobre o tema da educação para quase todas as edições mensais, muitos desses artigos com o título “Educação adequada”. Essas parcelas foram baseadas no manuscrito “Educação Adequada,” seu primeiro ensaio abrangente sobre o tema da educação, escrito em janeiro de 1872.41

Ela começou a série afirmando: “É o melhor trabalho já realizado por homens e mulheres para lidar com mentes jovens. O maior cuidado deve ser tomado na educação dos jovens para variar a forma de instrução, de modo a despertar os elevados e nobres poderes da mente.”42 Embora a parte final desse primeiro artigo abordasse a saúde e o desenvolvimento físico, assim como poderia ser esperado numa revista de saúde, a sua ênfase principal estava em “como dirigir o intelecto em desenvolvimento”. Ela explicou: “Este [desenvolvimento] abrange mais do que apenas ter conhecimento de livros. Absorve tudo o que é bom, virtuoso, justo e santo. Compreende a prática da temperança, piedade, bondade fraternal e amor a Deus e uns aos outros. Para atingir esse objetivo, a educação física, mental, moral e religiosa das crianças deve receber atenção.”

O objetivo era desenvolver pessoas que pudessem pensar e agir por si mesmas, tendo “uma opinião própria” e “confiança em si mesmas”. Ellen White destacou que “aqueles que têm como objetivo educar seus alunos de modo que possam ver e sentir que reside em si mesmos o poder de formar homens e mulheres de princípios firmes, qualificados para qualquer posição na vida, esses são os professores mais úteis e permanentemente bem-sucedidos”.

Os artigos subsequentes da série enfatizariam a importância do trabalho manual na escola, o papel da pesquisa e da reflexão, a necessidade de férias escolares, as vantagens de um início retardado para crianças pequenas, o ensino através do exemplo, a educação para a vida prática e a influência perniciosa de companheiros de escola ímpios, entre outros temas. Ela concluiria o ensaio completo afirmando: “Precisamos de uma escola.”43

Transição para treinamento em nível universitário

Tiago White (Foto 7) idealizou não apenas a escola selecionada de Bell, mas também uma instituição de ensino superior. Num discurso de 11 de março de 1873, proferido na sessão da Associação Geral, ele declarou: “Queremos uma escola denominacional [...] em que as línguas, especialmente as línguas faladas e escritas dos dias de hoje, possam ser ensinadas e aprendidas por rapazes e moças para prepará-los para se tornarem impressores, editores e professores; e, se não pudermos fazer mais, onde nossos jovens que estão prestes a entrar no ministério, e também as mulheres, que devem ser obreiras nesta grande obra, possam ser completamente instruídos nos ramos comuns, onde suas mentes possam ser disciplinadas para estudar [...] Não conheço nenhum ramo que precise tanto da nossa atenção atualmente como uma escola denominacional.”44

A sessão da Associação Geral procedeu à adoção de três resoluções sobre o tema da educação. A primeira foi “tomar medidas imediatas para a formação de uma Sociedade Educacional e o estabelecimento de uma escola denominacional”. 45 A resolução final delineou o papel da escola como um lugar “onde aqueles que se dedicam à obra do Senhor possam disciplinar suas mentes para estudar e, pelo menos, qualificar-se para ler, falar e escrever corretamente a língua inglesa; para onde o nosso povo pode enviar os seus filhos e filhas com relativa segurança; e onde homens e mulheres possam estudar essas línguas, especialmente agora faladas pelas pessoas dessas nações, das quais esperamos obter uma colheita de almas para o Senhor”.46

No mês seguinte (abril de 1873), John Nevins Andrews (Foto 8) escreveu um editorial na Review: “É muito evidente que tal lugar para instrução é grandemente necessário. Não basta que aqueles que se oferecem para se tornar obreiros na obra do ministério sejam homens piedosos. Isto é realmente indispensável, mas também é necessário que aqueles que ensinam aos outros tenham conhecimento para transmitir.” Argumentou ainda que “os apelos que chegam de todos os lados, de homens que falam outras línguas, devem ser atendidos por nós. Não podemos fazer isso nas circunstâncias atuais. Mas podemos fazê-lo se o Senhor abençoar o nosso esforço no estabelecimento da escola que propomos.”47

George Butler (Foto 9), presidente da Associação Geral, concordou: “A próxima grande necessidade entre nós é uma escola [...] Não poderemos realizar esse trabalho a menos que tenhamos edifícios adequados para o ensino, palestras e instrução àqueles que têm algo a fazer na causa, bem como nossos filhos, que desejamos manter longe das influências que prevalecem em grande parte entre as escolas seculares do tempo presente [...] Nenhum outro grande empreendimento é tão urgente como este.”48

Em julho, Tiago White destacaria a questão do financiamento: “Deveríamos ter tido uma escola denominacional de alguma magnitude, para a educação de rapazes e moças, preparatória para o envolvimento nos vários departamentos da grande obra [...] Devemos arrecadar imediatamente 50 mil dólares para a nossa primeira escola.”49

No outono daquele ano já havia sido prometido financiamento que ultrapassava a meta, com US$ 10.000 já em mãos. Em 31 de dezembro de 1873, um terreno de 12 acres havia sido adquirido como local da nova escola.50 Isso, no entanto, trouxe a necessidade de organizar formalmente uma Associação Educacional para manter os bens.

Estabelecendo a sociedade educacional

Para organizar a sociedade jurídica necessária para estabelecer a escola, uma reunião foi convocada, em Battle Creek, em 11 de março de 1874. O grupo reunido escolheu como presidente George Butler, presidente da Associação Geral, e Uriah Smith como secretário. De acordo com as disposições das leis de Michigan, uma comissão administrativa de sete membros foi eleita.51 Estes então assinaram o Contrato Social (Foto 10) que dava à Sociedade Educacional Adventista o direito de “ter imóveis, erigir edifícios adequados, e estabelecer e administrar um colégio para a instrução de jovens de ambos os sexos nas ciências, línguas e nas Sagradas Escrituras”.

O estatuto descrevia o plano para a instituição, que incluiria “um departamento primário, um departamento para instrução nos ramos comuns do inglês, também para o ensino de outras línguas, para instruir nas verdades da Bíblia e para outros estudos que são considerados pelos administradores como necessários para educar adequadamente aqueles que podem ali frequentar”.

A Sociedade Educacional Adventista do Sétimo Dia, localizada em Battle Creek, foi legalmente constituída em 16 de março de 1874.

O primeiro colégio denominacional

O lançamento do primeiro colégio adventista foi um processo incremental. Em junho de 1872, a denominação patrocinou a sua primeira escola, adotando a escola de Bell e concordando em assumir sua supervisão administrativa. Naquele mês, Urias Smith escreveria na Review: “Isso pode parecer para alguns um pequeno começo. Mas um começo, por menor que seja, é alguma coisa [...] Amigos da causa, vocês agora têm mais uma instituição para lembrar em suas orações. Não se esqueçam da escola.”52

No dia 25 de julho, Ademar Vuilleumier, cidadão suíço, matriculou-se como o primeiro estudante estrangeiro. Quando o período letivo de outono começou, em 12 de setembro, as matrículas mais que dobraram, para cerca de 40 alunos, aos quais se juntaram outros 15 acadêmicos, principalmente trabalhadores da Editora Review, que frequentavam aulas noturnas de gramática.53 A escola agora mudava para o prédio da igreja e continuou lá por cerca de um ano.

Dois meses depois da inauguração da escola, Tiago White escreveu na Review: “Há muito tempo sentíamos a necessidade de uma escola denominacional para o benefício especial daqueles que sentem ser seu dever dedicar a vida à causa de Deus como mestres de Sua palavra. Um dos principais objetivos de tal escola seria um curso completo de instrução nos princípios fundamentais da fé e esperança dos adventistas do sétimo dia.”54

Para o período de inverno, a partir de meados de dezembro de 1872, foram contratados mais dois professores. No outono de 1873, Sidney Brownsberger (Foto 11), com quase 20 anos e recém-convertido ao adventismo, foi designado para administrar a escola. Brownsberger formou-se na área clássica da Universidade de Michigan, tinha 10 anos de experiência docente e atuava como superintendente de escolas em Maumee, Ohio.55

M. E. Olsen descreveu a abertura do semestre de inverno em 15 de dezembro de 1873: “A escola, com 110 matrículas, foi transferida para o novo terceiro prédio do escritório da Review and Herald, que acabara de ser concluído. Aquecida a vapor e equipada com escrivaninhas, era uma melhoria decisiva em relação à igreja, que era aquecida de forma muito inadequada por dois fogões. Com a abertura do terceiro período, G. H. Bell retomou sua ligação com a escola como chefe do Departamento de Inglês.”56

Com a compra do terreno e com a Sociedade Educacional instalada, 1874 viu a construção de um prédio universitário de três andares com capacidade para 400 alunos.57 Durante esse período, Tiago White foi eleito o primeiro presidente da instituição e serviria nessa função até 1880,58 Brownsberger serviu como diretor e foi responsável pelo funcionamento diário da instituição.59

O semestre de outono começou em 24 de agosto com sete professores em tempo integral. Os programas incluíam um curso clássico de cinco anos (o programa universitário), um curso de inglês de três anos (que se tornaria o programa de treinamento de professores) e um curso especial de dois anos para preparar obreiros evangélicos.60

Em dezembro, a construção estava quase concluída e a escola transferiu as operações para as novas instalações, “com salas para o departamento de ciências no subsolo, salas de estudo e declamação no 1° e 2° andares, e uma grande capela e sala de reuniões no 3° andar” (Foto 12).61 A inauguração do edifício ocorreu no dia 4 de janeiro de 1875, às 10 horas, com temperaturas exteriores de 10 graus abaixo de zero. Tiago White fez o discurso de abertura.62

A instituição, no entanto, não tinha um nome.63 Inicialmente, foi proposto que a instituição se chamasse James White College [Colégio Tiago White], uma vez que White tinha sido fundamental no lançamento do colégio, mas ele não concordou.64 Finalmente, a edição de 11 de fevereiro de 1875 da Review anunciou que a nova escola havia sido oficialmente designada como Battle Creek College.65

A Battle Creek College, primeira instituição colegiada da denominação, evoluiria para o Emmanuel Missionary College, em 1901, com a transferência para Berrien Springs, Michigan, e depois para a Andrews University, em 1960. Seu nome é uma homenagem a J. N. Andrews, o primeiro missionário oficial adventista do sétimo dia que havia sido enviado à Europa, em 1874, e que, na sessão da Associação Geral de 1873, apresentou o assunto para estabelecer a instituição.

Análise do valor percebido

A educação foi a última das quatro pedras angulares da Igreja Adventista do Sétimo Dia a ser desenvolvida, precedida pelo ministério de publicações (1849), pela organização centralizada da denominação (1863) e pelo ministério de saúde (1866). Em contraste, a primeira escola denominacional foi estabelecida em 1872, e a primeira instalação educacional inaugurada em 1875, sendo que a educação adventista primária não se espalhou até cerca de 1900.

Embora houvesse focos de resistência ao conceito de educação, os primeiros líderes adventistas articulavam com bastante frequência o valor da educação adventista, quer isso se referisse às iniciativas escolares dispersas e de curta duração ou à fundação do primeiro colégio em Battle Creek.

Na literatura denominacional examinada desde a década de 1850 até meados da década de 1870, o valor da educação adventista foi referenciado pelo menos 50 vezes, mais comumente em artigos e anúncios publicados na Review. Os porta-vozes incluíam Tiago White, George I. Butler e Ellen G. White, além dos membros da comissão escolar e da Sociedade Educacional corporativamente. Outros, como John Nevins Andrews e Uriah Smith também contribuíram.

Algumas das primeiras expressões sobre o valor percebido incluíam: (1) ser ensinado por alguém da mesma fé, (2) ser separado da imoralidade das escolas públicas e (3) receber instrução tanto em questões de religião como nos “ramos comuns”. Outros dariam nuances a esses valores como salvaguarda dos interesses espirituais e morais das crianças, proporcionando um refúgio seguro contra influências corruptoras, associando-se com estudantes da mesma fé e tornando-se mais plenamente familiarizados com os princípios da fé adventista.

Embora Ellen White concordasse com esses valores percebidos, ela destacou especialmente o valor da educação adventista em termos de formação de caráter, o desenvolvimento de pessoas que pudessem pensar e agir por si mesmas e o propósito redentor da educação adventista, temas que não foram significativamente desenvolvidos por outros defensores. Mesmo em referência ao colégio, ela escreveria: “Quando o anjo de Deus me mostrou que uma instituição deveria ser estabelecida para a educação de nossos jovens, vi que seria um dos maiores meios ordenados por Deus para a salvação das almas.”66

A partir de 1872 e depois dos artigos de Ellen White, a ênfase no valor da educação adventista mudou. Embora ainda houvesse referências ocasionais aos aspectos anteriores, o foco voltou-se fortemente para o valor da preparação de obreiros evangélicos. Isso incluía ser completamente instruído nos ramos comuns, incluindo as ciências; obter o domínio da língua inglesa e de línguas estrangeiras, estas últimas para fins missionários; e receber uma base sólida nas “verdades da Bíblia” para o propósito do ministério.

Talvez seja significativo que o desenvolvimento do primeiro colégio adventista do 7° dia tenha sido paralelo a essa ênfase no treinamento de trabalhadores. Somente na década de 1890 haveria um foco renovado na educação das crianças na igreja, onde as primeiras expressões de valor, e particularmente aquelas delineadas por Ellen White, receberiam novamente atenção. Nesse momento, a educação adventista entraria num período de crescimento exponencial e sustentado.

Conclusão

Embora salientes em diferentes momentos, existem fatores centrais na fundamentação da educação adventista que foram claramente articulados na história adventista inicial e que se fundem numa identificação contínua para a educação adventista do sétimo dia.

Correspondendo a essas perspectivas iniciais sobre o valor da educação adventista, as Escrituras também identificam uma missão multifacetada para a educação adventista. Jeremias 13:20, por exemplo, coloca a questão: “Onde está o rebanho que lhe foi confiado, o seu lindo rebanho?” (NAA).67 Isso aponta para o valor de fornecer um lugar onde crianças e jovens possam receber uma educação no contexto da fé, interagindo com professores e colegas estudantes em um ambiente que preserva um claro enfoque adventista.

Mateus 28:19, 20 apresenta uma segunda dimensão: “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações [...] ensinando-os a guardar todas as coisas que tenho ordenado a vocês” (NAA). Esse texto proclama a verdade da Palavra de Deus à medida que informa cada área temática. Ele destaca a função evangelística e de fazer discípulos da educação adventista, em que procuramos que os alunos entendam o plano divino, desenvolvendo uma cosmovisão bíblica para a vida e o aprendizado.

Um terceiro destaque é que a educação adventista prepara formadores de discípulos: aqueles que irão alcançar os não alcançados, tendo sido efetivamente capacitados para levar adiante a missão evangélica. Isso responde ao chamado de Cristo: “A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos.” (Mt 9:37, NAA). A preparação de obreiros evangélicos, porém, não se limita ao ensino superior nem apenas à formação de funcionários denominacionais. Deve começar desde cedo, à medida que incutimos a perspectiva de que todos devem ser cooperadores de Deus e à medida que proporcionamos oportunidades significativas de testemunho e serviço.

Abrangendo essas três funções-chave está o propósito redentor da educação adventista: que os estudantes possam experimentar a graça salvadora de Deus e escolher juntar-se à família de Deus, agora e por toda a eternidade (Sl 25:5; 2Tm 3:15). Isso é fundamental. Ellen White, por exemplo, lembrou aos educadores que “a coisa mais importante” deveria ser a salvação dos seus alunos.68 E ela declarou ainda mais amplamente que “a obra de educação e da redenção são uma”.69

Embora essa lógica multifacetada para a educação adventista (Figura 1) certamente apresente o desafio de transformar esses objetivos em uma abordagem coesa da vida real, ela também fornece à educação adventista a oportunidade de criar um ambiente distinto, centrado em Cristo, baseado na Bíblia e focado na missão, sistema educacional dirigido pelo reino, transformando vidas agora e para a eternidade. Este é o papel crucial da educação baseada na fé como um elemento duradouro da identidade adventista do sétimo dia.


Este artigo foi revisado por pares.

John Wesley Taylor V

John Wesley Taylor V, PhD, EdD, atua como diretor associado de Educação na Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia desde 2010. Obteve um PhD em educação pela Andrews University e um EdD em Psicologia Educacional pela University of Virginia (Charlottsville, Virgínia). Este artigo é baseado em uma apresentação na Conferência sobre Identidade Adventista, de 13 a 15 de outubro de 2022, na Universidade Andrews. Ele pode ser contatado em [email protected].

Citação recomendada:

John Wesley Taylor V, “Por que educação adventista? Perspectivas iniciais sobre o valor da educação adventista,” Revista Educação Adventista 85:1 (2023). Disponível em: ____.

NOTAS E REFERÊNCIAS

  1. 31 dez. 2021. Education Department of the Seventh-day Adventist Church. Disponível em: https://www.adventist.education/education-statistics/.
  2. Mary P. Cummings para Flora H. Williams, 9 dez. 1927: “Os filhos daqueles que abraçaram a mensagem naquela época foram todos tirados da escola porque o Senhor voltaria em breve” (Flora H. Williams Papers, RG 9, Box 58, General Conference Archives). Veja também: Arthur Whitefield Spalding, Captains of the Host: First Volume of a History of Seventh-day Adventists Covering the Years 1845-1900 (Washington, D.C.: Review and Herald, 1949), pages 421 and 439-441.
  3. Na primeira página do primeiro número de The Youth’s Instructor, por exemplo, Tiago White escreveria: “É um fato que muitos que professam estar à espera de Cristo e do julgamento têm negligenciado grandemente o seu dever para com seus filhos. Alguns têm pensado que, porque Cristo estava vindo tão brevemente, não precisavam dedicar muito trabalho aos seus filhos. Este é um erro grave, suficiente para provocar um olhar severo no Céu” (“An Address” [agosto de 1852], p. 1).
  4. M. Ellsworth Olsen, A History of the Origin and Progress of Seventh-day Adventists, (Washington, D.C.: Review and Herald, 1932). 331. Mary P. Cummings para Flora H. Williams, 1927, registrou que “A família de R. F. Cottrell de quatro filhos, seu irmão Harvey Cottrell com quatro filhos, a família do irmão Solomon com quatro ou cinco [filhos], um ou dois outros e eu [fomos] retirados das escolas e não voltamos à escola por cinco anos, pelo menos a maioria, alguns nunca mais voltaram”.
  5. Desde 1849 tem havido vários nomes para a principal publicação da igreja: The Present Truth, The Advent Review, the Second Advent Review and Sabbath Herald, The Advent Review and Sabbath Herald, the Review and Herald, The Advent Review and Herald of the Sabbath, e começando em 1978, Adventist Review (ver https://adventistreview.org/feature/our-roots-and-mission/). A publicação, doravante, será denominada Review no corpo do artigo; nas notas finais foram inseridos o título e a data de publicação.
  6. “Perguntas e Respostas”, The Advent Review and Sabbath Herald 21:4 (23 dez. 1862): 29. Ball perguntou ainda: “Se assim for, deveríamos mandá-los para uma escola distrital ou municipal, onde aprenderão duas vezes mais, tanto mal quanto bem?” Tiago White respondeu que “o fato de que Cristo virá muito em breve não é razão pela qual a mente não deva ser melhorada. Uma mente bem disciplinada e informada pode receber e valorizar melhor as sublimes verdades do Segundo Advento.” Embora Tiago White reconhecesse as influências deletérias nas escolas públicas, ele declarou: “Tirar as crianças da escola, onde receberiam algum tipo de disciplina, e deixá-las correr pelas ruas, como alguns fizeram, para obter uma educação corrupta nas ruas, é pouco menos que insanidade.” Ele acrescentou, no entanto, “Nenhuma regra geral pode ser aplicada a todas as crianças. Devemos levar em conta uma variedade de circunstâncias; a saber, o caráter das escolas, abrangendo professores e alunos, as disposições de nossos filhos, as instruções e o governo que recebem em casa etc., etc. As mães, se forem o que deveriam ser, são as melhores professoras de crianças pequenas.” White então referiu-se à sua própria experiência. “Só mandamos nossos filhos para a escola pública quando o mais velho completou 15 anos. Considerando todas as circunstâncias, acreditamos plenamente que agimos sabiamente ao mantê-los afastados de escolas que careciam de disciplina, e depois ao enviá-los quando foi criada uma escola na nossa parte da cidade com a mais alta disciplina encontrada nas escolas comuns.”
  7. “Our School at Battle Creek,” The Advent Review and Herald of the Sabbath 39:25 (4 jun. 1872): 197.
  8. Washington Morse, um dos primeiros ministros adventistas, relembrou: “Durante os anos de 1853 a 1854, o sentimento prevaleceu amplamente entre os adventistas de que seus filhos deveriam ser educados mais diretamente sob a supervisão daqueles da mesma fé do que era possível nas escolas públicas. Em conformidade com essa ideia, houve muitos casos de escolas domiciliares entre o nosso povo onde os filhos de uma ou mais famílias eram reunidos, e era contratado um professor que fosse firme na fé e competente para instruir em questões de religião, tanto quanto nos ramos comuns da educação escolar” (“Items of Advent Experience During the Past Fifty Years – No. 6”, The Advent Review and Sabbath Herald 65:44 [6 nov. 1888]: 689).
  9. Embora com uma função e formato um pouco diferentes, seríamos negligentes se não déssemos crédito à primeira e maior escola sabatina adventista, equipada com professores, alunos e um currículo formal: a Escola Sabatina. Já em 1852, houve uma ênfase no estabelecimento de escolas sabatinas para os filhos dos adventistas, com Tiago White como um dos primeiros defensores. Na edição de 8 de julho de 1852 da The Advent Review and Sabbath Herald, Tiago White observou que “essas Escolas Sabatinas podem ser realizadas onde houver apenas duas ou três crianças, bem como onde houver mais” (3:5: 37). No mês seguinte, ele publicou o primeiro número do Youth’s Instructor e incluiu “Lições da Escola Sabatina”. Na edição de 28 de outubro de 1852 de The Advent Review and Sabbath Herald, Tiago White incentivou: “Recomendamos a todos os que não estabeleceram Escolas Sabatinas que o façam imediatamente” (3:13:104). As Escolas Sabatinas tomaram conta. A edição de 6 de janeiro de 1953 de The Advent Review e Sabbath Herald, por exemplo, publicou uma carta de John P. Kellogg (datada de 28 de dezembro de 1852), que declarava: “Temos aqui uma Escola Sabatina com 15 estudiosos. Eles estão muito interessados no Youth’s Instructor” (3:17: 136).
  10. O registo escolar incluía os seguintes nomes: “Cynthia, Seymour, Sydney, Eddie (filhos de Aaron Hilliard); Clark, Cyrus, Parmelia (filhos de Henry Hilliard); John, Orange, Ellen, Lucy (filhos de Penoyer); Filhos de Sam Crosby; e o menino Peck” (G. Amadon, “The First President of the General Conference: John Byington, Farmer-Preacher”, The Advent Review and Sabbath Herald 121:25 [22 jun. 1944]: 6, 7).
  11. John Byington Buck para Flora Williams em 28 de setembro e 03 de outobro de 1927, Flora H. Williams Papers. A Bucks Bridge e outras escolas adventistas são descritas com mais detalhes em: W. C. White, “Pioneer Pilots in Christian Education”; and Edson White, “The Early Schools Among Seventh-day Adventists in Battle Creek,” in Founders’ Golden Anniversary Bulletin, 1874-1924, p. 26-29 e 46 respectivamente, General Conference Archives, LF 5706; Keld J. Reynolds, “Centennial Day in Adventist Education,” The Advent Review and Sabbath Herald 130:49 (3 dez. 1953): 24; and Ethel L. Young, “Our Elementary Schools of Yesterday, Today, and Tomorrow,” ibid. 149:14 (6 abr. 1972): 7-11.
  12. Myrta Kellogg Lewis para Flora Williams, citada em Flora H. Williams, Forerunners of Our Educational System: Sketches Relating to Our First Schools, RG 9, Box 58, General Conference Archives, n.d. Alonzo Kellogg e seu irmão Lucius estavam entre os alunos.
  13. Além disso, durante o início da década de 1850, Marion Concordia Stowell dava aulas na casa de um pregador sabatista, George W. Holt, em Oswego, Nova York.
  14. Joseph Bates, “Duty to Our Children,” Second Advent Review and Sabbath Herald, 1:5 (January 1851): 39, 40.
  15. Ellen G. White, “Duty of Parents to Their Children,” The Advent Review and Sabbath Herald 6: 6 (19 set. 1854): 46. Artigo de Tiago White em The Youth’s Instructor 1:1 (ago. 1852), anteriormente observado, também pode ter sido influente.
  16. Edson White, “The Early Schools Among Seventh-day Adventists,” 46. Uma análise cuidadosa das primeiras escolas de Battle Creek entre os adventistas e as datas e ordem dos professores às vezes conflitantes é fornecida por Wilbur Arthur Burton, “A History of the Mission of Seventh-day Adventist Education, 1844-1900,” Dissertação de Doutorado, Kansas State University, 1987.
  17. W. C. White, “Memories and Records” (DF 256), 1. Disponível em: https://ellenwhite.org/media/document/7478.
  18. James White, “Sabbath-Keepers’ Children,” The Advent Review and Sabbath Herald 10:16 (20 ago. 1857): 125, 126; 10:17 (27 ago. 1857): 133, 134; 10:18 (3 set. 1857): 141. Ele declarou, por exemplo: “Em muitos locais, os observadores do sábado podem empregar professores piedosos e dedicados, que, com os esforços unidos dos pais em casa, podem fazer muito para guiar seus filhos no caminho da virtude e da santidade [...] Pedimos que às crianças pelo menos sejam ensinadas a ler e escrever a língua inglesa e outros ramos comuns, tanto quanto possível, desde que isso possa ser feito sem expô-las às influências corruptoras de nossas escolas [públicas]. [...] Devemos sair de Babilônia e abandonar nossos filhos?” No entanto, reconheceu que era preferível que as crianças frequentassem uma escola pública se não houvesse alternativa. “Tirá-las das escolas comuns e deixá-las correr soltas com as crianças nas ruas é um mal ainda maior” (ver ibid., 20 ago. 1857, p. 125).
  19. James White, “School at Battle Creek,” ibid. 11:10 (14 jan. 1858): 80.
  20. Tiago White destacou que o “sucesso no ensino de John Byington tem sido bom. Ensinar é o negócio de sua escolha e esperamos que ele dê aula em uma escola excelente.” O comunicado terminava afirmando que “os jovens e crianças aqui encaminhados para a escola terão que cumprir as regras do professor, e a vontade da Comissão, tanto fora da Escola como na Escola, que lhes proporcionará internatos com os irmãos em termos razoáveis. Aqueles que desejam enviar bolsistas deverão escrever imediatamente para Eld. Tiago White.”
  21. W. C. White, “Memories and Records”, 2. A escola foi descontinuada em 1859.
  22. The Advent Review and Sabbath Herald 18:1 (24 set. 1861): 184.
  23. W. C. White, “Memories and Records,” 3.
  24. Nesta reunião de delegados, de 20 a 23 de maio, foi organizada a Associação Geral e adotada uma constituição. Numa reunião anterior, porém, realizada de 4 a 6 de outubro de 1861, as igrejas de Michigan se uniram para formar a primeira Associação estadual. Anteriormente ainda, o nome “Adventista do Sétimo Dia” havia sido escolhido numa conferência especial convocada em Battle Creek entre 28 de setembro e 1º de outubro de 1860.
  25. Bell também era viúvo recente, tendo sua esposa, Catharine, morrido em 2 de fevereiro de 1866, deixando-o com várias filhas pequenas.
  26. O Oberlin College, em Ohio, apresentava um currículo inovador que dispensava os clássicos e incluía saúde, treinamento religioso, combinava trabalho com estudo e preparava os alunos para a missão e serviço (Olsen, A History of the Origin and Progress of Seventh-day Adventists, 193, 332; Floyd Greenleaf, Em Passion for the World: A History of Seventh-day Adventist Education [Nampa, Idaho: Pacific Press, 2005], 23).
  27. Uma descrição do encontro inicial entre Bell e Edson White está registrada em E. M. Cadwallader, A History of Seventh-day Adventist Education (Payson, Ariz.: Leaves of Autumn Books, 1958, reimpresso em 1975), p. 22; e em Olsen, A History of the Origin and Progress of Seventh-day Adventists, p. 333.
  28. Os alunos incluíam Edson e Willie White, John Harvey e William Keith Kellogg, Homer Aldrick, E. R. Jones, E. C. Loughborough e J. Byron Sperry (Mary Alicia Steward, “The Beginnings of Our School Work”, The Advent Review e Sabbath Herald 101:38 [18 set. 1924]: 30). Na edição de 18 de agosto de 1868 de The Advent Review and Sabbath Herald, Tiago White relataria: “O irmão. G. H. Bell iniciará o segundo semestre de sua escola selecionada em Battle Creek no dia 9 de setembro. Essa escola até agora provou ser um sucesso” (32:9, 144). Uma “escola selecionada” significava que o salário do professor era baseado nas mensalidades dos alunos. No início de 1869, a organização da igreja forneceu a gráfica original da Review, um prédio de dois andares com estrutura de 6m por 9m, para uso da escola selecionada de Bell.
  29. Bell serviria como editor do The Youth’s Instructor de maio de 1869 a fevereiro de 1871. Ele também serviu como superintendente da Escola Sabatina na Igreja de Battle Creek, moldando significativamente o foco e o formato da Escola Sabatina.
  30. Maud Sisley-Boyd para Mary Kelly-Little, 16 de abril de 1931, citado em Mary Kelly-Little, “Development of the Elementary Schools of Seventh-day Adventists in the United States” (MA thesis, University of Washington, 1932). Citado em M. E. Marroquin, “The Historical Development of the Religion Curriculum at Battle Creek College, 1874-1901” (PhD dissertation, Andrews University, 2001), 36.
  31. Ellen G. White, “Testimony to the Church at Battle Creek” (Battle Creek, Mich.: Steam Press of the Seventh-day Adventist Publishing Association, 1872); Ellen G. White Estate, Pamphlet 123, 1-10; Lindsay, “Goodloe Harper Bell: Teacher,” 53-55.
  32. W. C. White, “Memories and Records”, 4. Embora Tiago e Ellen fossem os principais defensores, a eles se juntaram nesse esforço os irmãos Butler, S. N. Haskell, Uriah Smith e J. N. Andrews, entre outros.
  33. Spalding observa que no estabelecimento da escola de treinamento, “a voz de Tiago White influenciou o povo e fez pender a balança” (Capitães da Hoste, 247). O papel influente de Tiago White como iniciador é descrito posteriormente em Roy E. Graham, “James White: Initiator”, em George R. Knight, ed., Early Adventist Educators (Berrien Springs, Mich.: Andrews University Press, 1983), 11. -25.
  34. V. 39, n. 18, 144.
  35. George Ide Butler, “The Proposed School,” The Advent Review and Herald of the Sabbath 39:21 (7 maio 1872): 168.
  36. “The School,” ibid. 39:22 (14 maio 1872): 176.
  37. Esse professor era Goodloe Harper Bell. Na correspondência de março, Ellen White instou Bell a retornar a Battle Creek e lecionar na escola que logo seria inaugurada. Bell respondeu em 9 de abril que, embora ainda tivesse dúvidas sobre ser aceito ou ter sucesso, estaria disposto a retornar.
  38. Embora o foco fosse capacitar melhor os obreiros evangélicos, o artigo acrescentava: “É claro que aqueles que não têm tal objetivo em vista, mas desejam apenas adquirir uma educação sob as vantagens e na sociedade aqui oferecidas, estão em perfeita liberdade de comparecer.”
  39. G. I. Butler, “Our School at Battle Creek,” The Advent Review and Herald of the Sabbath 39:25 (4 jun. 1872): 196, 197.
  40. Uriah Smith, “The S. D. A. School,” ibid. 39:26 (11 jun. 1872): 204.
  41. O manuscrito “Proper Education“ (Educação Adequada) foi publicado em dezembro de 1872 como parte do Testemony for the Church, n. 22 (Disponível em: https://egwwritings.org/book/b12799). Também está disponível em Testemunhos para a Igreja, (Mountain View, Califórnia: Pacific Press, 1948), v. 3, p. 131-160, e em Fundamentos da Educação Cristã, (Nashville, Tenn.: Southern Publishing Assn., 1923), p. 15-46. Uma análise detalhada da filosofia da “Educação Adequada” pode ser encontrada em Burton, cap. XII, “Fundamentos Filosóficos para uma Missão Educacional, p. 134-143. A frase principal de Ellen White no manuscrito foi a afirmação: “We are reformers” (“Somos reformadores”) (“Special Testimony to Battle Creek Church”, PH086, 1898.).
  42. Ellen G. White, “Proper Education,” The Health Reformer 7:9 (1° set. 1872): 284-286.
  43. Id., “Proper Education,” Testimony for the Church — n. 22, 48. O papel de Ellen White na educação adventista é descrito mais detalhadamente por George R. Knight em seu ensaio “Ellen G. White: Prophet,” in Knight, ed., Early Adventist Educators, 26-49.
  44. Tiago White, “Conference Address Before the General Conference of the S. D. Adventists, 11 mar. 1873,” The Advent Review and Herald of the Sabbath 41:23 (20 maio 1873): 180, 181, 184. Ele acrescentou: “Eles sentem que devem dar educação aos seus filhos: e mandam-nos para a escola [da cidade], onde se desviam. Se a influência moral e religiosa da igreja onde nossa escola será estabelecida for boa, de modo que nossos dirigentes e ministros possam testemunhar que a influência é boa, poderemos ter uma escola de duzentos alunos; sim, você também pode dizer trezentos, ou quatrocentos, ou quinhentos. O patrocínio é certo; pode-se confiar.” (ibid., 181).
  45. A segunda afirmava era de que seria exigido um certificado de carácter aos futuros alunos e que, caso não cumprissem o padrão, “seriam imediatamente dispensados”.
  46. “Proceedings of the Eleventh Annual Meeting of the General Conference of S. D. Adventists”, The Advent Review and Herald of the Sabbath 41:14 (18 mar. 1873): 108.
  47. J. N. Andrews, “Our Proposed School,” ibid. 41:16 (1° abr. 1873): 124.
  48. G. I. Butler, “The School,” ibid. 41:19 (22 abr. 1873): 148.
  49. Tiago White, “Permanency of the Cause,” ibid. 42: 4 (8 jul. 1873): 28, 29. Este valor em 2022 representaria US$ 1.276.599 usando um cálculo do Índice de Preços ao Consumidor, US$ 9.567.474 em termos do salário relativo de um trabalhador não qualificado e US$ 18.547.006 calculados sobre o PIB per capita (https://www.measuringworth.com).
  50. G. I. Butler, “Our New School Grounds,” The Advent Review and Herald of the Sabbath 43:4 (6 jan. 1874): 29. Esse pedaço de terra, no entanto, não apresentava as condições que Tiago e Ellen White tinham idealizado para a nova escola.
  51. Composto por George I. Butler, Harmon Lindsay, Ira Abbey, Uriah Smith, EB Gaskill, Orrin B. Jones e Horatio Lindsay. Tiago White não estava presente, pois ele e Ellen White haviam partido de Battle Creek em dezembro de 1873 para apoiar o trabalho denominacional na Califórnia (Arthur L. White, Ellen G. White: The Progressive Years: 1862-1876 [Silver Spring, Md.: Ellen G. White Estate, 1986], v. 2), 395.
  52. Uriah Smith, “The S. D. A. School,” The Advent Review and Herald of the Sabbath 39:26 (11 jun. 1872): 204.
  53. Cadwallader, A History of Seventh-day Adventist Education (Uma História da Educação Adventista do Sétimo Dia), 24-30. Olsen, A History of the Origin and Progress of Seventh-day Adventists, 335; Emmett K. Vande Vere, The Wisdom Seekers (Nashville, Tennessee: Southern Publishing Assn., 1972), 18.
  54. Tiago White, “Denominational School”, The Advent Review and Herald of the Sabbath 40:8 (6 ago. 1872): 60.
  55. Mais informações podem ser encontradas em Joseph G. Smoot, “Sidney Brownsberger: Traditionalist: Teacher”, em Knight, ed., Early Adventist Educators, 72-94. Bell foi considerado para o cargo de diretor da escola em crescimento, mas como não possuía diploma universitário formal, o conselho decidiu procurar outro.
  56. Olsen, A History of the Origin and Progress of Seventh-day Adventists, 335, 336. Veja também Carl William Shafer, “History and Educational Philosophy of Seventh-Day Adventist Secondary Schools,” Master’s thesis, University of Richmond, 1945. Disponível em: https://scholarship.richmond.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=2007&context=masters-theses.
  57. G. I. Butler, “Our Educational Society and School Building,” The Advent Review and Herald of the Sabbath 43:16 (31 mar. 1874): 124; Vande Vere, The Wisdom Seekers, 22.
  58. Floyd Greenleaf observa que Tiago White “foi o president oficial do Battle Creek College, embora nunca tenha reivindicado o título” (“Heroes of Adventist Education”, Adventist Review 184:24 [23 ago. 2007]: 24-27). Vande Vere afirma: “É errado, no entanto, imaginar White como uma mera figura de proa, pois em questões como a redução da dívida, a abertura de novos departamentos e a adoção do sistema de supervisão estudantil, as suas políticas moldaram as ações da administração” ( Vande Vere, The Wisdom Seekers, 29).
  59. Vande Vere, The Wisdom Seekers, 29. Embora White continuasse a arrecadar fundos para o colégio e moldar suas políticas e desenvolvimento, ele sentiu que precisava de alguém a quem delegar as responsabilidades operacionais mais rotineiras, especialmente porque Tiago e Ellen White frequentemente estavam longe de Battle Creek.
  60. Maurice Hodgen, School Bells and Gospel Trumpets a Documentary History of Seventh-day Adventist Education in North America (Loma Linda Calif.: Adventist Heritage Publications, 1978), 17-20. As enfermeiras continuaram a receber treinamento separado no Sanatório de Battle Creek. O American Medical Missionary College (AMMC), que mais tarde se desassociaria da Igreja Adventista e se fundiria com a Faculdade de Medicina da Universidade de Illinois, foi uma consequência das aulas do Sanatório de Battle Creek.
  61. Olsen, A History of Origin and Progress of Seventh-day Adventists, 336.
  62. Uriah Smith, “The Opening of the School,” The Advent Review and Herald of the Sabbath 45:2 (8 jan. 1875): 12.
  63. Na Review, a instituição foi referida de forma consistente e simples como “a escola”. Embora o Daily Journal of Battle Creek usasse o termo college (faculdade) já em novembro de 1873, a Review não usou essa designação até 1º de dezembro de 1874 (Vande Vere, The Wisdom Seekers, 25, 26; Uriah Smith, “The Biblical Institute,” The Advent Review and Herald of the Sabbath 44:23 [1° dez. 1874]: 184).
  64. Olsen, A History of the Origin and Progress of Seventh-day Adventists, 337.
  65. Uriah Smith, “Battle Creek College”, The Advent Review and Herald of the Sabbath 45:7 (11 fev. 1875): 56. Smith explicou: “Foi decidido dar à nossa escola esse nome mais atualmente por conveniência do que por qualquer outro motivo. Nosso estatuto prevê todos os níveis de instrução, do primário ao mais elevado. Podemos, portanto, usar esse nome, embora ainda não tenhamos todos os departamentos e o curso completo de instrução que pertencem a uma faculdade propriamente dita. Mas esse nome é agora adotado principalmente para distinguir a nossa escola de outras escolas desta cidade. Não há outra instituição de ensino aqui com esse nome, por isso designará a nossa de maneira conveniente e completa.”
  66. Ellen G. White, Testimonies for the Church (Mountain View, Calif.: Pacific Press, 1876/1948), 4:419.
  67. Os textos bíblicos utilizados neste trabalho foram extraídos da Bíblia Sagrada (Nova Almeida Atualizada - NAA).
  68. Ellen G. White, Fundamentals of Christian Education, 436.
  69. Id., Educação (Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2003), p. 30.