Os estudantes adventistas estão crescendo em um mundo cada vez mais hostil às crenças cristãs. Globalmente, muitos jovens adventistas frequentam escolas e universidades públicas, e as ideologias filosóficas que sustentam essas instituições, embora variem com base nas culturas sociais e econômicas dentro de um determinado país, provavelmente serão muito diferentes das perspectivas adventistas tradicionais. As experiências religiosas dos alunos e os níveis de comprometimento com qualquer religião em particular variam dependendo, entre outras variáveis, de quão ativamente engajados seus pais escolheram estar durante seus anos de formação.1 Fatores como esses têm um impacto sobre como os alunos funcionam e influenciam seus valores individuais. No entanto, independentemente da orientação cultural dentro de um país ou do que aconteceu nos lares dos alunos, os educadores e profissionais da educação adventista devem preparar os alunos para enfrentar um mundo secular que é cada vez mais abertamente oponente ao cristianismo. Nossas escolas adventistas devem abordar como preparamos os alunos para enfrentar este mundo secular de forma independente após a formatura. Se não o fizermos, quem o fará? Este artigo primeiro documenta a profundidade do problema e depois apresenta algumas das coisas que os educadores adventistas podem fazer a respeito.

Pressão social contra as crenças cristãs tradicionais

Mudanças demográficas alteraram nações tradicionalmente cristãs, como os Estados Unidos. À medida que a população nacional se tornou mais diversificada, especificamente na religião, a demanda por fornecer espaços públicos não sectários subiu para o nível dos tribunais. Cláusulas constitucionais garantindo liberdade religiosa, liberdade de expressão e outras liberdades afins restringiram práticas como orações públicas ou exibição dos Dez Mandamentos em prédios do governo e apoiaram a liberdade religiosa por meio da separação entre igreja e estado.2 Como explica DeJong, no passado a “igreja e a cultura pareciam perseguir os mesmos objetivos, manter os mesmos valores, até mesmo (ouso dizer) servir ao mesmo Senhor”.3 No entanto, ele observa que “na segunda metade do século XX, assistimos a uma nítida mudança no ambiente americano”, o que mostra um afastamento dos valores cristãos. Ele sugere que não podemos mais contar com a sociedade para estimular nossos filhos no caminho do cristianismo.4 Esse movimento em direção ao secularismo e o crescimento de religiões não cristãs não se limitam aos Estados Unidos. Outras sociedades (por exemplo, países da Europa, Ásia e África) passaram ou estão passando por essa mudança cultural, que foi acompanhada por um aumento da perseguição religiosa.

Antigamente, se alguém não gostava do que estava sendo dito em um evento, essa pessoa ia embora. Hoje, há uma grande chance de alguém tentar encerrar o evento ou interrompê-lo. Se uma figura pública for pega expressando uma perspectiva que não esteja de acordo com as crenças da empresa ou da sociedade, ela pode ser demitida: “O que eles disseram é bastante claro: você pode ter opiniões, mas é melhor que elas sejam iguais às nossas.”5 Nas nações ocidentais, perspectivas mais liberais parecem ser aceitáveis, mas não as mais conservadoras. Se isso é liberdade religiosa, parece ser liberdade da religião, não liberdade de consciência ou liberdade de praticar abertamente a própria religião. As crianças americanas estão crescendo em um país “cristão” onde é mais provável que corram perigo por acreditar em Deus do que por duvidar. Foi acidental quando os atiradores de Columbine perguntaram às vítimas se elas acreditavam em Deus e então puxaram o gatilho quando elas disseram “sim”?6 Ou quando aqueles que frequentavam o estudo bíblico em Charleston, na Igreja Episcopal Metodista Africana Emanuel, da Carolina do Sul, foram assassinados por um agressor que entrou na reunião sob o pretexto de precisar de oração?7

Dados mais preocupantes sobre a perseguição religiosa em todo o país vêm da Voice of America (A Voz da América), uma agência governamental de mídia global que relata que “desde meados dos anos 2000, tiroteios em massa em igrejas, templos, sinagogas e mesquitas se tornaram mais frequentes e foram cometidos por perpetradores com histórico de racismo, antissemitismo, anticristianismo e islamofobia, com laços com grupos de supremacia branca e neonazistas”.8 O relatório continua a observar que de 1966 a 2000, 1% dos tiroteios em massa foram considerados motivados por ódio religioso; de 2000 a 2014, 9%; e, de 2018 a 2020, 17%. Essa nação, outrora cristã, está rapidamente se tornando não apenas não cristã, mas também distintamente hostil a cristãos, judeus, muçulmanos e muitos outros grupos. E esses números não se comparam aos níveis de perseguição religiosa globalmente.9

Mas o ataque mais insidioso contra as crenças e valores cristãos pode vir da academia, há muito tempo um bastião de perspectivas esquerdistas. Richard Rorty pode ser um extremista entre os proponentes de esquerda, mas seu ponto de vista não é só dele. Aqui está a explicação de seus objetivos como professor universitário:

“Os pais fundamentalistas de nossos alunos fundamentalistas pensam que todo o ‘estabelecimento liberal americano’ está envolvido em uma conspiração. Os pais têm razão [...] vamos continuar tentando desacreditá-los aos olhos de seus filhos, tentando despojar sua comunidade religiosa fundamentalista de dignidade, tentando fazer com que suas opiniões pareçam tolas em vez de discutíveis. Não somos tão inclusivistas a ponto de tolerar uma intolerância como a sua.”10

Estas palavras não são uma discussão acadêmica de um ponto de vista. Elas são uma declaração de guerra. E a abordagem não é apenas calculada e deliberada: é eficaz. Os resultados são devastadores: “Quando se trata de reformular valores, as universidades liberais sabem exatamente o que estão fazendo. E a realidade é que cerca de quatro em cada cinco alunos se afastam de sua fé cristã quando chegam aos 20 anos.”11

Pelos números

Essa imagem bastante sombria do mundo cada vez mais secular em que os jovens adultos estão crescendo é apenas parte da imagem. Voltamo-nos agora para os dados. Como essas mudanças afetaram os jovens? Aqui está o que sabemos:

83% - Estudantes americanos que frequentam universidades seculares.12
71% - Americanos que afirmam ser cristãos.13
70% - Cristãos professos que saem da universidade com pouca ou nenhuma fé.14
64-80% - Jovens adultos criados na igreja que serão desligados da religião aos 29 anos.15
69% - Jovens adultos que nunca voltam à igreja se desistirem por um ano ou mais.16
60% - Jovens adultos que foram espiritualmente ativos na adolescência, mas não o são agora.17
33% - Jovens adultos (18-29) que frequentam a igreja semanalmente.18
31% - Estudantes universitários que afirmaram não ter filiação religiosa em 2016.19
23% - Cristãos nascidos de novo que abraçaram a Cristo após seu 21º aniversário.20
10% - Estudantes universitários que declararam não ter filiação religiosa em 1986.21
<10% - Jovens adultos que frequentam semanalmente uma reunião religiosa que não a da igreja.22

Observação: como essas estatísticas vieram de fontes diferentes e foram coletadas em momentos diferentes, elas não somam 100%. Todos os estudos citados foram realizados nos Estados Unidos.

Esses números mostram que o grupo “sem afiliação religiosa” triplicou recentemente.23 Vemos, no entanto, que um terço dos jovens adultos frequenta a igreja semanalmente e um quarto deles se tornam cristãos quando adultos. As descobertas também mostram que 70% dos estudantes cristãos que frequentam uma universidade secular irão, como Rorty insistiu, abandonar sua fé. No entanto, é importante observar que muitos jovens adultos que param de frequentar a igreja não o fazem porque discordam das crenças.24 Apenas 10% se tornam ateus ou não querem mais ser vistos como cristãos. Alguns se sentem julgados por outros membros da igreja, enquanto outros discordam de certas crenças. A maioria, não.25 Eles simplesmente escorregam. E embora alguns dos que desistem eventualmente retornem, infelizmente, a maioria não o fará.

O que fazer?

Então, o que os professores cristãos podem fazer diante desse êxodo? Existe alguma boa notícia ou algo positivo em algum lugar? Felizmente, existe. À medida que o mundo se torna menos favorável aos valores e comportamentos cristãos, muitos indivíduos e organizações começaram a estudar o que funciona e a fazer algo a respeito. Três áreas provaram fazer a diferença na vida dos jovens estudantes cristãos. Os educadores adventistas já participam da primeira dessas áreas, mas devem considerar em oração se podem fazer mais.

  1. Promover a educação adventista

Uma das ferramentas mais eficazes para manter a fé no mundo de hoje não é surpresa: é a participação na educação adventista. Embora muitos desses estudos não sejam recentes e mais pesquisas precisem ser feitas, aqui está o que sabemos:

Quando questionados, os alunos relataram que “o fator mais importante que [...] os ajudou a desenvolver sua fé religiosa” foi frequentar uma escola adventista.26 Simples assim, mas há mais. As estatísticas dizem a mesma coisa. “Existe uma relação consistente e importante entre frequentar uma escola adventista e a probabilidade de uma criança ou jovem filiar-se à Igreja Adventista e depois optar por permanecer como membro.”27 Simplificando, mais pessoas que frequentaram escolas adventistas quando crianças permanecem na igreja como adultos. Em um estudo que acompanhou jovens adventistas por mais de 10 anos, os resultados foram notáveis: “Ao completar 10 anos de escola, a probabilidade de deixar a Igreja Adventista foi 3,9 vezes maior para aqueles que frequentaram escolas não adventistas do que para aqueles que frequentaram escolas adventistas do sétimo dia.”28

Olhando para o fenômeno de outra forma, “13 anos após a formatura, 37% dos que se formaram no ensino médio em escolas públicas permaneceram na igreja, em comparação com 77% daqueles que se formaram no ensino médio em escolas adventistas”.29 O número de 37% se alinha com o que outras denominações cristãs estão relatando.

Claro, não há garantia. As escolas adventistas não são perfeitas e não “farão” com que todos os seus alunos se tornem cristãos. Os educadores adventistas já acreditam que nossos filhos merecem a melhor oportunidade que podemos dar a eles para se tornarem adultos que tenham um relacionamento ativo e significativo com Jesus Cristo. A Bíblia nos lembra que mesmo os humanos pecadores não dariam uma pedra a seus filhos quando eles pedissem pão (Mt 7:9-11). Esses dados e resultados devem ser compartilhados frequentemente com os pais nas igrejas e lares e, mais importante, com todos os envolvidos na comunidade escolar em geral. Muitos que não têm filhos em idade escolar podem ajudar a promover a educação adventista e apoiar, financeiramente ou de outra forma, aqueles que os têm. Pregue essa realidade do púlpito – sermões educativos, palestras, holofotes. Fale sobre isso durante as visitas domiciliares com as famílias. Compartilhe de forma ativa e intencional o conhecimento de que a educação adventista faz a diferença.

2. Preparar os jovens para enfrentar um mundo secular

Ajuntar alunos na porta da frente da escola é um bom primeiro passo, mas o que acontece enquanto eles estão dentro da escola é importante. Em breve, eles enfrentarão maior exposição à sociedade secular e precisam estar prontos.

A maioria dos estudantes não pretende deixar sua fé quando saírem de casa, mas muitos acabam fazendo exatamente isso.30 Sair de casa costuma ser suficiente para romper com a religião: frequentar uma universidade pública aumenta a pressão, pois as crenças cristãs serão questionadas, até agredidas, desde o primeiro dia.31 Os alunos farão amizade com muitos não cristãos e, antes que percebam, podem começar a mudar. Uma mulher que redescobriu sua fé mais tarde na vida explicou o que aconteceu com ela na faculdade: “Inicialmente, eu esperava compartilhar minha fé com eles, mas, em vez disso, eles transmitiram sua indiferença espiritual para mim. Eles tiveram uma influência sutil, mas profunda em minhas prioridades.”32

Essa pressão pela secularização não é nova. Um autor explica que, embora os jovens possam “receber alguma instrução religiosa em casa, por fim, eles saem de casa e se lançam no mundo. Alguns vão trabalhar; alguns vão para a faculdade. Eles enfrentam tentações que nunca enfrentaram antes e cedem a elas. Suas vidas podem ficar fora de controle com o uso de álcool e eles podem ceder à indulgência sexual. No mínimo, eles nunca leem a Bíblia ou fazem qualquer tentativa de desenvolver uma vida espiritual. A maioria nem tenta pegar o conhecimento que está à sua disposição e formar suas próprias crenças e convicções. Eles não aprendem a pensar.”33

Esta situação pode parecer muito com o que muitos jovens cristãos experimentam hoje. Mas a verdade é que isso foi escrito em 1797. Esse problema não é novo, mas está piorando. Devemos encontrar uma maneira de dar aos nossos alunos as ferramentas de que precisam para apoiar, defender e aumentar sua fé. Capacitar nossos alunos deve ser o objetivo principal da educação adventista e não pode esperar até o ensino médio ou além. No entanto, só isso não é suficiente para capacitar os alunos. Também devemos oferecer aos pais oportunidades de aprender sobre os princípios que orientam a educação adventista por meio de seminários, atividades extracurriculares após as aulas, publicações e outras fontes.

O mundo não é um lugar amigável para jovens cristãos. Não somente as estatísticas são alarmantes, os escarnecedores são igualmente descarados com suas críticas: “Se quatro anos de faculdade desfazem 18 anos de paternidade e afiliação religiosa, talvez o tênue domínio da comunidade de fé seja o problema, não o lugar específico fora de sua bolha onde esse domínio evapora”.34 Essa declaração vai causar irritação, mas também aponta para uma verdade. Se não pudermos ou não prepararmos jovens para seguir a Deus durante os primeiros 18 anos, talvez parte do problema seja nosso. Não preparamos nossos jovens para nadar contra a corrente da sociedade, nem para responder a perguntas difíceis e nem para prosperar espiritualmente em um mundo secular.

Parece que frequentar universidades seculares faz parte do problema, mas não é a causa do afastamento das igrejas. Muitas pessoas que não vão para a faculdade também deixam a igreja. Simplificando, o mundo de hoje não é um ambiente que encoraja a fé no cristianismo. E isso significa que talvez precisemos preparar nossos jovens de maneira diferente se quisermos mantê-los.

Muitas vezes fazemos escolhas para nossos alunos e depois nos perguntamos por que eles não sabem como escolher por si mesmos. Devemos ajudá-los a aprender a fazer boas escolhas e deixá-los praticar sob supervisão. Tentamos criar um mundo sem oportunidades para eles pecarem, para que eles não sejam tentados. Talvez devêssemos nos concentrar mais em ajudá-los a aprender a resistir à tentação. Às vezes, estamos tão envolvidos em ensinar-lhes a verdade que deixamos de responder aos seus questionamentos e preocupações.

E se preparássemos ativamente nossos jovens para o mundo secular enquanto eles estudam em nossas escolas adventistas? E se conversássemos com eles antes de partirem para ajudá-los a entender o que provavelmente acontecerá lá, em termos de sua espiritualidade, tentações e os indivíduos de mente fechada ou ativistas radicais que eles certamente encontrarão? E se dermos a eles ideias de nossas próprias vidas sobre como viajar para o norte em um mundo que se move para o sul?

3. Apoiar grupos de comunhão cristã em faculdades

O resultado natural de preparar os jovens para o mundo secular é acompanhá-los quando eles chegam lá. Essa abordagem não tem sido o foco das escolas e professores adventistas, pois temos investido nossa energia na tentativa de manter os alunos em nossas escolas. Mas o que acontece depois que eles saem, quando seu sistema de apoio acaba? Há algo que ainda podemos fazer?

Dado que as universidades são lugares onde os jovens cristãos podem ser afastados de sua fé, precisamos agir para fornecer apoio. “Não existe cristão solitário”, argumenta Budziszewski. “Se você entrar no mundo sozinho, será engolido.”35 Muitos grupos cristãos perceberam esse problema. Eles estão começando a trabalhar juntos para alcançar ativamente os campi seculares, fornecendo comunidades virtuais e físicas que fazem contato antes mesmo de os futuros alunos saírem de casa.36

As universidades públicas têm uma grande variedade de clubes com interesses particulares, e há grupos cristãos (por exemplo, o Campus for Christ) que operam em campi públicos há anos permitindo que aqueles que desejam tenham uma influência cristã e um ambiente estimulante para sua fé. Alguns desses grupos foram questionados e até expulsos do campus. Mas, no geral, os pesquisadores concluíram que Deus e a fé estão mais presentes nas escolas públicas de hoje do que no passado.37 E no nível universitário, grupos cristãos nos Estados Unidos estão começando a insistir em seus direitos constitucionais de liberdade de associação, liberdade de expressão e igualdade de acesso às instalações e recursos do campus. Acontece que a ideia de separação entre igreja e estado “requer neutralidade em relação à religião, e não hostilidade”.38

Grupos de comunhão em faculdades cristãs são uma área que os adventistas precisam enfatizar mais, especialmente devido à grande porcentagem de estudantes adventistas em universidades seculares. Uma organização que trabalha para fazer isso é o Ministério Adventista para Estudantes Universitários (AMiCUS).39 Eles publicam uma revista (College and University Dialogue)40 destinada a estudantes adventistas em universidades não adventistas. Em algumas partes do mundo, há forte ênfase e impacto; em outros, esse tipo de ministério atinge apenas uma pequena porcentagem dos estudantes adventistas em universidades públicas.

Mas isso não é algo que precisa esperar que os administradores da igreja estabeleçam. Existe uma faculdade perto de você? O que você, como educador adventista, ou sua igreja local podem fazer para proporcionar um ambiente seguro e amigável para os que buscam religião, sejam eles adventistas ou não? Há estudantes adventistas que gostariam de uma carona até a igreja? Uma refeição caseira? Um lugar para passear no sábado? Um grupo de estudo bíblico baseado no campus? Existem graduados de sua escola que você pode contatar para oferecer apoio? Esse alcance pode ser grande ou pequeno, mas fazer algo é certamente melhor do que não fazer nada.

A preparação para sair de casa é importante, mas o apoio é indispensável. E se as escolas adventistas mantivessem a comunicação aberta com os jovens depois que saíssem da escola? Talvez eles possam ajudá-los a encontrar uma família amigável na nova igreja, enviar e-mails para manter contato ou até mesmo enviar kits de cuidados pessoais regularmente. A escola pode até ajudar a encontrar pessoas na igreja local que possam se oferecer para discutir questões desafiadoras que um aluno certamente encontrará na universidade e para dialogar de maneira aberta. As possibilidades são tão ilimitadas quanto as necessidades, mas começam com pessoas dispostas a servir e que se preocupam o suficiente com os jovens para desenvolver um relacionamento com eles. Se nos isolarmos da vida de nossos jovens quando eles mais precisam de orientação, não deveremos nos surpreender se eles procurarem ajuda em outro lugar.41

Conclusão

Como educadores cristãos, nosso objetivo é educar os jovens adultos para que se tornem bem fundamentados em sua fé e “pensadores de mente aberta, não meros refletores do pensamento de outras pessoas”.42 Não liberais ou conservadores de mente fechada, mas cristãos de mente aberta que entendam a perspectiva secular e não tenham medo de defender a verdade conforme apresentada na Palavra de Deus – adultos espiritualmente resilientes que estão no mundo, mas que não absorveram seu ethos.

Não é fácil para um jovem crescer cristão hoje. Mas, ao invés de torcer nossas mãos e chorar sobre o sucesso do diabo com nossos jovens, que tal avisarmos ao diabo que cada um deles é um filho de Deus e não será enviado despreparado ou deixado indefeso ou desprotegido? Precisamos considerar o que podemos fazer intencionalmente para fazer a diferença para a juventude cristã que temos em nossa esfera de influência. Uma refeição caseira. Uma chamada telefônica ou uma mensagem. Uma conversa e uma oração na calçada. Uma tarefa instigante que os ajuda a crescer espiritualmente. Eles precisam saber que não estão sozinhos. Deus não está morto, e a fé ainda é relevante. Quem sabe seu pequeno ato pode fazer a diferença por toda a eternidade.


Este artigo foi revisado por pares.

Shawna Vyhmeister

Shawna Vyhmeister, PhD, é professora de Educação. Ela é uma educadora experiente com graduação em Educação Fundamental, Ensino de Inglês como Segunda Língua e Currículo e Instrução. A Dra. Vyhmeister deu aulas em todos os níveis e em vários países – Ruanda, Argentina, Estados Unidos, Filipinas, Quênia e Líbano. É autora e coautora de diversos artigos e livros. Seu projeto mais recente é o Manual de Integração de Fé e Ensino (The Handbook of Integration of Faith and Learning), do qual ela é editora-chefe.

Citação recomendada:

Shawna Vyhmeister, “Um chamado para nutrir uma fé resiliente na educação adventista,” Revista Educação Adventista 84:4 (2022). Disponível em: https://www.journalofadventisteducation.org/pt/2022.84.4.4.

NOTAS E REFERÊNCIAS

  1. Daniel A. Cox, “Generation Z and the Future of Faith in America,” American Survey Center (2022). Disponível em: https://www.americansurveycenter.org/research/generation-z-future-of-faith/?gclid=EAIaIQobChMIpJnju6rI_QIV7DizAB0qdASKEAMYASAAEgIZWPD_BwE;%20https://www.deseret.com/faith/2022/3/21/22981634/the-state-of-faith-american-religion-research-marist-poll;%20https://www.deseret.com/2022/4/23/23013578/perspective-young-adults-are-losing-their-religion-are-their-parents-to-blame-gen-z-generation-x.
  2. Hana M. Ryman e J. Mark Alcorn, “Establishment Clause (Separation of Church and State),” First Amendment Encyclopedia (2009). Disponível em: https://mtsu.edu/first-amendment/article/885/establishment-clause-separation-of-church-and-state;%20https://www.mtsu.edu/first-amendment/article/1518/prayer-in-public-schools.
  3. Arthur DeJong, Reclaiming a Mission: New Direction for the Church-related College (Grand Rapids, Mich.: Eerdmans, 1990), 113, 114.
  4. Ibid., 114.
  5. Clay Travis, “On Curt Schilling,” Outkick the Coverage (1o maio 2016), Make No Mistake section, para. 9. Disponível em: https://www.outkick.com/on-curt-schilling-042116/.
  6. Roger Austin, I’d Like to Die, but I’ve Got Stuff to Do: Helpful Hints for Victorious Living (Pittsburgh, Penna.: Rose Dog Books, 2012), 39.
  7. Este tiroteio em massa foi considerado um crime de ódio não apenas porque ocorreu em uma igreja, mas também porque o atirador confessou ideologia racista. Rebecca Hersher, “Jury Finds Dylan Roof Guilty in S. C. Church Shooting,” NPR (2016). Disponível em: https://www.npr.org/sections/thetwo-way/2016/12/15/505723552/jury-finds-dylann-roof-guilty-in-s-c-church-shooting; Debbie Elliott, “How a Shooting Changed Charleston’s Oldest Black Church,” NPR (2016). Disponível em: https://www.npr.org/sections/codeswitch/2016/06/08/481149042/how-a-shooting-changed-charlestons-oldest-black-church.
  8. Notícias da Voz da América, “VOA Special Report: House of Worship Shootings,” History of Mass Shootings (2021). Disponível em: https://projects.voanews.com/mass-shootings/english/locations/worship.html.
  9. Emily McFarlan Miller, “Christian Persecution Higher Than Ever as Open Doors’ World Watch List Marks 30 Years,” Religion News Service (2023). Disponível em: https://religionnews.com/2023/01/17/christian-persecution-higher-than-ever-as-open-doors-world-watch-list-marks-30-years/; Pew Research Center, “Harassment of Religious Groups Continues to Be Reported in More Than 90% of Countries” (2020). Disponível em: https://www.pewresearch.org/religion/2020/11/10/harassment-of-religious-groups-continues-to-be-reported-in-more-than-90-of-countries/.
  10. Richard Rorty, “Universality and Truth.” In Robert B. Brandom, ed., Rorty and His Critics (Oxford: Blackwell, 2000): 21, 22.
  11. Jeff Meyers, Newsletter, Passing the Baton 11:3 (March 9, 2010, para. 8). Disponível em: http://archive.constantcontact.com/fs009/1101822648727/archive/1103163229902.html.
  12. Isso deixa apenas 17% para os que frequentam universidades religiosas. Higher Education Research Institute, “The Spiritual Life of College Students,” n.d. Disponível em: https://spirituality.ucla.edu/docs/reports/Spiritual_Life_College_Students_Full_Report.pdf.
  13. Pew Research Center, “Religious Landscape Study” Religion & Public Life (2015). Disponível em: https://www.pewforum.org/religious-landscape-study/.
  14. Michael Haverluck, “Ministries Tackle 70% Rate of College Students Leaving Faith,” NE News Now (13 ago. 2017). Disponível em: https://onenewsnow.com/church/2017/08/13/ministries-tackle-70-rate-of-college-students-leaving-faith.
  15. Este número varia de acordo com diferentes fontes. Barna, “Church Dropouts Have Risen to 64 percen – But What About Those Who Stay?” Research Releases in Faith & Christianity (September 4, 2019): https://www.barna.com/research/resilient-disciples/; Vaneetha Rendall Risner, “Will You Lose Your Faith in College?” Desiring God (23 ago. 2018). Disponível em: https://www.desiringgod.org/articles/will-you-lose-your-faith-in-college. Este recurso faz referência a outra pesquisa de Barna que coloca o número de graduados da faculdade que estão desengajados em 70%, e jovens que estão desengajados aos 29 anos em 80%.
  16. Aaron Earls, “Most Teenagers Drop Out of Church as Young Adults,” Lifeway (15 jan. 2019). Disponível em: https://lifewayresearch.com/2019/01/15/most-teenagers-drop-out-of-church-as-young-adults/.
  17. Barna, “Most Twentysomethings Put Christianity on the Shelf Following Spiritually Active Teen Years,” Research Releases in Millennials & Generations (11 set. 2006). Disponível em: https://www.barna.com/research/most-twentysomethings-put-christianity-on-the-shelf-following-spiritually-active-teen-years/.
  18. Pew Research Center, “Religion Among the Millennials: A Portrait of Generation Next,” Lifelong Faith 4.2 (verão 2010): 9-11. Disponível em: https://www.lifelongfaith.com/uploads/5/1/6/4/5164069/lifelong_faith_journal_4.2.pdf.
  19. Allen Downey, “College Freshmen Are Less Religious Than Ever,” Scientific American (25 maio 2017). Disponível em: https://blogs.scientificamerican.com/observations/college-freshmen-are-less-religious-than-ever/.
  20. Barna, “Evangelism Is Most Effective Among Kids,” Research Releases in Family & Kids (11 out. 2004). Disponível em: https://www.barna.com/research/evangelism-is-most-effective-among-kids/.
  21. Downey, “College Freshmen Are Less Religious Than Ever.”
  22. Christian Smith e Patricia Snell, Souls in Transition: The Religious and Spiritual Lives of Emerging Adults (New York: Oxford University Press, 2009).
  23. Pew Research Center, “‘Nones’ on the Rise” (2012). Disponível em: https://www.pewresearch.org/religion/2012/10/09/nones-on-the-rise/; Daniel A. Cox, “Generation Z and the Future of Faith in America,” American Survey Center.
  24. Pew Research Center, “Young Adults Around the World Are Less Religious by Several Measures” (2018). Disponível em: https://www.pewresearch.org/religion/2018/06/13/young-adults-around-the-world-are-less-religious-by-several-measures/.
  25. Earls, “Most Teenagers Drop Out of Church as Young Adults.”
  26. John Wesley Taylor V, “Joining and Remaining: A Look at the Data on the Role of Adventist Education,” The Journal of Adventist Education 79:3 (abr.-jun. 2017): 41. Disponível em: https://circle.adventistlearningcommunity.com/files/jae/en/jae201779033910.pdf. Nota: os estudos aqui citados ocorreram antes da pandemia global, cujo impacto ainda está sendo estudado.
  27. Ibidem, 39.
  28. Ibidem, 42.
  29. Ibidem, 42.
  30. Estudos mostram que, para muitos alunos, o rompimento com a religião ocorre muito antes de sair de casa. Veja J. Budziszewski, How to Stay Christian in College (Colorado Springs, Colo.: NavPress, 2014), 15; Daniel A. Cox, “Generation Z and the Future of Faith in America,” American Survey Center.
  31. Jennifer Graham, “Young Adults Are Losing Their Religion. Are Their Parents to Blame?” (2022). Disponível em: https://www.deseret.com/2022/4/23/23013578/perspective-young-adults-are-losing-their-religion-are-their-parents-to-blame-gen-z-generation-x.
  32. Risner, “Will You Lose Your Faith in College?” For Freshman and Seniors section, para. 2. Disponível em: https://www.desiringgod.org/articles/will-you-lose-your-faith-in-college.
  33. William Wilberforce (Revised and updated by Bob Beltz), Real Christianity (Ventura, Calif.: Regal, 1797/2006), 188:
  34. Downey, “College Freshmen Are Less Religious Than Ever.”
  35. Budziszewski, How to Stay Christian in College, 24.
  36. Haverluck, “Ministries Tackle 70% Rate of College Students Leaving Faith.”
  37. Lee Lawrence, “School Prayer: 50 Years After the Ban, God and Faith More Present Than Ever,” The Christian Science Monitor (June 16, 2013). Retirado de: https://www.csmonitor.com/The-Culture/Family/2013/0616/School-prayer-50-years-after-the-ban-God-and-faith-more-present-than-ever.
  38. Joe Carter, “Know Your Rights as a Christian in a Public College” The Gospel Coalition (October 1, 2015), seção “Equal Access”, parág. 2. Disponível em: https://www.thegospelcoalition.org/article/know-your-rights-as-a-christian-in-a-public-college/.
  39. AMiCUS (Adventist Ministry to College and University Students). Disponível em: https://www.adventist.education/amicus/.
  40. College and University Dialogue. Disponível em: https://dialogue.adventist.org/home.
  41. Em 2006, a Walla Walla University (anteriormente Walla Walla College) lançou o “WWC Beyond”, uma iniciativa para ajudar os graduados a formar relacionamentos nas comunidades da igreja local. Essa rede incluía ex-alunos do WWC dispostos a ajudar jovens graduados a se mudarem para suas comunidades. Veja https://nwadventists.com/news/2006/08/moving-beyond-wwc-new-program-connects-graduates-church. As associações adventistas e as igrejas locais também poderiam trabalhar juntas para criar formas de fortalecer os laços com os graduados adventistas que frequentam universidades públicas.
  42. Ellen G. White, True Education (Nampa, Idaho: Pacific Press, 2000), p. 12.