O trabalho de campo foi um dos métodos de ensino de Jesus Cristo. Depois de ensinar princípios básicos aos discípulos, Ele os enviou a lugares distantes para realizar o trabalho e aplicar o que aprenderam com Ele (Mt 28:16-20; Jo 20:21). O trabalho de campo reforça as lições aprendidas na sala de aula e as aplica ao mundo real. Na educação on-line, o trabalho de campo está se tornando mais comum à medida que os requisitos curriculares vão sendo adaptados a fim de atender às necessidades dos alunos.

Preparar os alunos para participar de experiências de campo on-line pode ser um desafio pois o professor não está presente fisicamente para supervisionar e avaliar o desempenho dos alunos. Como professor de vários cursos presenciais com componentes que exigem trabalho de campo, inicialmente achei difícil imaginar como os requisitos de trabalho de campo poderiam ser incluídos em meus cursos de graduação on-line. Várias questões tiveram que ser consideradas: o trabalho de campo é viável na educação on-line? O processo será o mesmo usado para os métodos presenciais tradicionais? Como vou me preparar para isso? Quais responsabilidades os alunos terão? Como saberei se os alunos estão realmente fazendo o trabalho na ausência da minha supervisão física? Este artigo fornece respostas a essas perguntas tiradas de minhas experiências pessoais e de outras pessoas que incorporaram o trabalho de campo em cursos on-line.

Trabalho de campo definido

O trabalho de campo ou experiência prática é qualquer trabalho que os alunos concluam fora da sala de aula que lhes permita implementar e praticar o que aprenderam como teoria. Isso pode envolver a coleta de dados (dados primários ou dados de pesquisas, observações etc.) ou a realização de tarefas práticas para fins educacionais e de pesquisa no campo de estudo do aluno.1 Hvenegaard observa que: “A maioria dos instrutores incorpora trabalho de campo para ajudar os alunos a entender a teoria, desenvolver habilidades, integrar conhecimento, construir conhecimento implícito, desenvolver significado e trabalhar com colegas e instrutores em contextos alternativos.”2

As vantagens do trabalho de campo

Como educador da área de saúde, descobri que as teorias de aprendizagem sozinhas não são suficientes para ajudar os alunos em cursos de Educação em Saúde ou Saúde Pública a compreender plenamente conceitos, teorias e estratégias para melhorar a saúde e a qualidade de vida. Quando os alunos aplicam o conhecimento aprendido em sala de aula às situações da vida real, eles entendem melhor esses conceitos. É aqui que o trabalho de campo se torna importante como estratégia de ensino. A experiência do trabalho de campo de programas on-line permite que os alunos mergulhem na comunidade, onde podem obter experiência em primeira mão para realização de pesquisas, análise de resultados e desenvolvimento e implementação de estratégias apropriadas.3

Embora haja muitos benefícios para o trabalho de campo, infelizmente em muitos casos, de acordo com Ulovec et al.,4 o trabalho de campo pode ter implicações legais, e, por essa razão, alguns programas on-line optam por não incluí-lo no currículo; e aqueles que o fazem procedem com cautela. McKenzie, Neiger e Thackeray5 alertaram que é necessário dar atenção a preocupações de segurança e risco de responsabilidade entre os participantes ao realizar trabalho de campo ou implementar um programa de intervenção. Não fazer isso pode levar a multas e penalidades legais que mancham a reputação da escola, desacreditam o programa e expõem o professor, o aluno e a escola a processos judiciais. Algumas preocupações de segurança incluem danos causados aos participantes como resultado da intervenção do programa ou negligência do planejador do programa. Para evitar isso, administradores de programas on-line, instrutores de curso e supervisores nos vários locais de trabalho de campo devem trabalhar em estreita colaboração com os alunos para garantir que as verificações de segurança e o consentimento informado façam parte do processo de planejamento e implementação e que riscos previsíveis sejam considerados.

Particularidades do trabalho de campo on-line

Apesar dos custos, muitos programas on-line envolvem seus alunos com sucesso no trabalho de campo. Lisa Richardson6 entrevistou os diretores de dois grandes programas de mestrado em Serviço Social totalmente on-line que atendem alunos nacionais e internacionais em relação às práticas de trabalho de campo em suas instituições. Ambas as escolas têm milhares de alunos em seus programas on-line de tempo integral. Ambos disseram que o componente de trabalho de campo envolvia mais rigor do que o programa presencial oferecido no campus.

As duas escolas tinham maneiras diferentes de preparar os alunos para o trabalho de campo. A escola de Hornsby fez uma parceria com uma empresa que identificou agências onde os alunos pudessem fazer trabalho de campo. A empresa parceira entrevistou a agência potencial, avaliou as oportunidades de aprendizagem disponíveis e contratou instrutores de campo em potencial. Depois que as informações necessárias foram reunidas, elas foram entregues ao corpo docente do programa para revisão, e, se os locais fossem aprovados, os alunos seriam então colocados em várias agências. Gray, por outro lado, disse que os alunos em seu programa encontraram seu próprio lugar para o trabalho de campo. O corpo docente apenas forneceu uma orientação sobre como encontrar uma agência adequada ou instalação comunitária para trabalhar, junto com uma carta de endosso. Ambas as escolas se comunicavam com seus alunos por meio de Skype, telefonemas ou e-mails.7

Em comparação com essas e outras escolas onde o trabalho de campo é a única exigência de um curso em tempo integral para um programa (30 horas por semana de participação durante 12 a 16 semanas), nas minhas aulas, este é apenas um dos requisitos da disciplina. Assim, o trabalho de campo real na minha aula é de curto prazo (cerca de 10 horas por semana, durante aproximadamente três a cinco semanas).

Vantagens do trabalho de campo on-line

Minha sala de aula de trabalho de campo não tem uma agência parceira que coordena o processo de alocação; em vez disso, os alunos selecionam a área ou instalação onde irão realizar seu trabalho de campo. Logo na segunda semana do curso on-line, os alunos começam o processo identificando e visitando possíveis instalações ou agências comunitárias em suas comunidades locais. É então solicitado a eles que enviem uma lista de possíveis locais de trabalho de campo, os quais eu (o instrutor) reviso e forneço informações sobre a adequação das seleções e como os serviços prestados se alinham às metas do curso. A maioria dos meus alunos escolhe trabalhar em locais próximos ao local de trabalho ou em casa. Algumas vantagens e desvantagens de fazer trabalho de campo usando essa abordagem incluem as seguintes:

1. Localização. A maioria dos alunos é capaz de fazer trabalho de campo em um lugar que lhes é familiar, seja em sua cidade natal ou em seu local de trabalho. Fazer trabalho de campo em um ambiente onde a pessoa tem conexões sociais e emocionais é frequentemente mais relevante do que trabalhar em um lugar desconhecido. Baker e Härtel8 observaram que, por vezes, a incapacidade de compreender a cultura ou a história de um lugar pode afetar o modo como as pessoas interagem umas com as outras. Ter um conhecimento das pessoas de um lugar antes de entrar em seu espaço é essencial.9 Um relacionamento estabelecido facilita o trabalho em conjunto. Essa abordagem funciona para o meu curso; no entanto, os alunos precisam de habilidades que lhes permitam trabalhar em qualquer ambiente, não apenas naqueles que lhes são familiares ou próximos de casa ou do trabalho. Por essa razão, os administradores e instrutores do programa podem incentivar os alunos a buscar experiências de trabalho de campo em uma variedade de ambientes, tanto os familiares quanto os não familiares, uma vez que precisarão dessas habilidades quando entrarem no local de trabalho.

2. Competência cultural. Quando os alunos conduzem seu trabalho de campo em um local familiar, eles são mais capazes de se comunicar com a população-alvo, pois conhecem a cultura e a língua. Na experiência de aprendizado, a falta de interação com a população que está sendo atendida pode levar ao fracasso e à incompreensão do propósito de conduzir o trabalho de campo. O período de tempo em que meus alunos estão envolvidos no trabalho de campo é curto em comparação com outros programas em que ele é um requisito de tempo integral, e a construção de competência cultural leva tempo. Isso pode ser uma desvantagem; no entanto, durante o curto período de tempo, seja trabalhando em suas próprias comunidades ou em ambientes que não lhes são familiares, os alunos devem procurar aprender o máximo possível sobre seu campo de trabalho para aumentar sua compreensão das necessidades, para avaliar possíveis problemas de segurança e construir competência cultural. Isso pode ser feito por meio de pesquisas (lendo sobre a área, estudando dados demográficos e populacionais), conversando com administradores de instalações ou supervisores de valores sociais e culturais dentro da comunidade e conversando com os participantes.

3. Receptividade da comunidade. Conhecer a cultura e a linguagem dá aos alunos o privilégio de reunir pessoas e receber melhores respostas uma vez que sabem mais sobre as pessoas com as quais estão trabalhando. Independentemente de quão bem o aluno conhece ou compreende a cultura ou a dinâmica do lugar do trabalho de campo, ainda existe a possibilidade de mal-entendidos. Os alunos devem estar cientes disso e ser incentivados a trabalhar com suas aptidões em estreita colaboração com os administradores das agências.

Os desafios

Existe um escopo limitado de literatura disponível sobre como lidar com os desafios do trabalho de campo on-line. Descobri que tanto os professores quanto os alunos experimentam dificuldades na implementação desse processo. O Quadro 1 contém vários desafios comuns que ocorrem em experiências de trabalho de campo para alunos on-line. Eles são mais bem abordados com planejamento e preparação cuidadosa por parte do professor.

Preparação de professores para o trabalho de campo

Hobgood10 juntamente com Hornsby e Gray11 observam que a preparação de cursos on-line requer mais planejamento por parte do instrutor do que as aulas presenciais tradicionais. Experiências de trabalho de campo bem-sucedidas também exigem preparação por parte do professor. Aqui estão algumas sugestões sobre esse preparo:

  1. Estabeleça objetivos claros. Hvenegaard sugeriu que os objetivos para as atribuições de trabalho de campo devem ser claramente definidos, e as metas devem estar alinhadas com os resultados do curso. Ele acrescentou que “muitos objetivos podem diluir a experiência e deixar os alunos frustrados”.12
  2. Forneça instruções e expectativas claras. Expectativas claras não apenas ajudam os alunos a tomar decisões sobre como começar a tarefa, como também os capacitam a fazer o melhor para completá-la e evitar confusões e mal-entendidos, que poderiam levar a um mal desempenho e notas baixas.
  3. Escolha um local. Isso pode ser feito por meio de agências parceiras ou permitindo que os alunos escolham por si mesmos. Por experiência própria, embora eu permita que os alunos escolham o local para o trabalho de campo, eu ainda solicito que eles identifiquem vários lugares ou agências em potencial. Eles então constroem essa lista em ordem de prioridade e apresentam razões para sua escolha. Como professor, reservo-me o direito de aprovar ou rejeitar os lugares propostos. Os lugares aprovados são os que têm metas claramente definidas que se alinham às metas do curso; são supervisionados por administradores das instalações (sejam hospitais, centros comunitários, agências governamentais, igrejas ou escolas); têm protocolos de segurança e risco em vigor; e podem acomodar o aluno pelo período exigido.
  4. Esclareça aos alunos as questões éticas, de segurança e legais envolvidas na condução do trabalho de campo. O instrutor do curso deve garantir que os locais de trabalho de campo tenham diretrizes de segurança e prática ética. Materiais didáticos, como manuais ou diretrizes políticas, podem ser usados como guia das políticas em vigor. Sessões de orientação ou treinamento podem servir como prova de que essas políticas são comunicadas a todos que trabalham no local. Os alunos devem ser capazes de fornecer um reconhecimento assinado dos protocolos. Além do que é comunicado no local do trabalho de campo, os instrutores do curso devem discutir questões éticas, de segurança e legais com os alunos. Uma vez que os alunos irão coletar dados, fazer vídeos e implementar estratégias, eles devem estar cientes das políticas da escola de coleta de informações e obter o consentimento para usar informações de outras pessoas. Os professores devem consultar o conselho jurídico da escola se não tiverem certeza do que incluir ao conversar com os alunos sobre questões legais.
  5. Prepare uma carta de recomendação para o aluno apresentar à agência/estabelecimento. Essa carta apresenta o aluno à administração do local e deve incluir o nome da escola, do aluno e do professor, juntamente com o endereço de e-mail do professor e outras informações de contato para consultas relacionadas ao trabalho do aluno. Da mesma forma, ela deve conter o propósito do trabalho de campo, o que o aluno pretende fazer, as datas de início e término do trabalho e as expectativas do professor em relação ao aluno. Em troca, o administrador do local deve aprovar ou rejeitar a solicitação por escrito e endereçar essa informação ao professor.
  6. Estabeleça protocolos de comunicação. Os instrutores do curso e os supervisores do local devem decidir como se comunicarão em relação ao progresso do aluno. Desde a realização de visitas virtuais até a comunicação com os supervisores do local, os protocolos devem estar firmemente estabelecidos. Os supervisores no local de trabalho de campo devem saber que tipo de supervisão devem fornecer durante o período de trabalho de campo e como se comunicar com o instrutor do curso se os requisitos não estiverem sendo atendidos ou se houver algum problema. Alguns podem optar por fornecer relatórios de progresso semanais assinados, cujas cópias podem ser enviadas ao ambiente virtual de aprendizagem (Learning Management Systems - LMS) da faculdade. Os instrutores do curso e os supervisores do local também podem agendar visitas virtuais ao local por meio de videoconferência ou se comunicar por e-mail. Essas interações devem ser armazenadas como documentação do progresso do aluno. Os alunos também devem ser informados sobre como podem se comunicar com o professor caso surjam problemas. A comunicação pode ser por e-mail, videoconferência ou fórum de discussão no LMS.
  7. Forneça claras ferramentas de avaliação. Prepare uma ferramenta (documento) para medir o desempenho na experiência de campo. Essa ferramenta deve ser explicada e entendida pelos alunos. Um documento de avaliação pode ser útil para o professor, pois fornece um critério claro e objetivo para a avaliação e reduz as chances de viés de classificação. Esse documento deve ser atualizado constantemente. Os instrutores do curso também devem fornecer aos supervisores do local não apenas cópias do documento, mas também diretrizes do projeto e uma avaliação final do plano (ver Quadro 3 para uma amostra do meu documento de trabalho de campo).
  8. Forneça um retorno dentro de um prazo razoável. Esse retorno é crucial para as aulas on-line, pois pode ajudar os alunos a se entusiasmarem com a realização de suas tarefas e a interagir ativamente na aula. Ele também assegura que o professor está lá para fornecer orientação. O comentário na educação on-line pode ser fornecido de várias maneiras, como e-mails, videoconferências/bate-papos através de plataformas como o Skype ou FaceTime, ou discussões no fórum do LMS.
  9. Prepare as diretrizes de documentação e entrega. Especifique claramente como os alunos devem documentar e entregar as atividades de trabalho de campo. Isso pode incluir a preparação de modelos (templates), formulários e cartas-modelo, tornando-os acessíveis aos alunos. As diretrizes de entrega devem incluir onde, quando e como entregar os documentos. Pastas específicas de entrega desses documentos devem ser criadas no sistema LMS.
  10. Prepare um certificado de conclusão para ser assinado pela pessoa que está diretamente envolvida na supervisão do trabalho do aluno. Por exemplo, se o aluno concluir o trabalho de campo em uma escola, o diretor ou o professor da sala de aula poderá assinar o certificado; ou, se o aluno trabalhou em uma clínica de saúde local, o administrador ou supervisor de turno poderá assinar. O certificado deve incluir horário, datas de envolvimento e as atividades ou programas implementados.

Preparando alunos on-line para o trabalho de campo

Uma experiência de trabalho de campo bem-sucedida e prazerosa não depende apenas da preparação do professor, mas também de que os alunos que assumam a responsabilidade pelo aprendizado. Os alunos devem assumir um papel ativo e ser responsáveis pela qualidade de seu trabalho de campo. O professor deve discutir com os alunos o papel deles em alcançar o sucesso no trabalho de campo.

  1. Desenvolver habilidades de gerenciamento de tempo. Os alunos devem evitar a procrastinação para não ficar sobrecarregados no final do curso. Eles precisam começar a procurar uma população-alvo o mais cedo possível, fazer um cronograma e segui-lo de forma consistente.
  2. Conhecer a tecnologia. Os alunos devem saber exatamente o tipo de apoio tecnológico de que necessitam e se equipar adequadamente. Eles devem saber como usar a tecnologia para documentar o trabalho de campo e enviar suas atribuições. É essencial o acesso à banda larga ou a uma forte conexão de internet para se comunicar com o professor e os colegas. Os alunos também devem estar cientes de que problemas técnicos surgirão e também devem estar preparados para enfrentá-los. Embora a faculdade ou universidade possa disponibilizar o apoio técnico para alunos on-line, ainda assim os alunos precisarão ter capacidade para resolver problemas técnicos. Por exemplo, uma das maiores preocupações entre meus alunos é a submissão de vídeos por meio de sites gratuitos, como o YouTube, que têm restrições de tamanho. O YouTube permite o upload de vídeos com duração que não exceda a 15 minutos. Portanto, os alunos precisam estar conscientes do tamanho do arquivo e a duração dos vídeos enviados. Eles devem ser capazes de editar, cortar e minimizar o tamanho de seus arquivos de vídeo.
  3. Aprender a colaborar. Embora o trabalho de campo on-line possa parecer uma tarefa independente, os alunos devem aprender como colaborar efetivamente com a agência ou estabelecimento em que estão trabalhando.
  4. Conseguir um cartão de identificação do aluno. O aluno deve obter um cartão de identificação com o secretário escolar (em nossa configuração, o secretário on-line é quem processa esse cartão). O cartão de identificação pessoal mostra que os alunos estão matriculados na escola e dá acesso a recursos on-line do campus, como a biblioteca principal da escola.
  5. Avaliar os riscos de segurança em colaboração com o supervisor do local. Como os alunos atuam em áreas distantes da escola e do instrutor do curso, os supervisores do local devem ajudar os alunos a identificar os riscos de segurança e realizar uma avaliação na área onde planejam realizar o trabalho de campo. Juntos, eles devem identificar quem estará em risco, possíveis perigos e criar um plano de segurança que inclua ações que possam ser tomadas pelo aluno, pelo supervisor do local ou pelo instrutor do curso para ajudar a minimizar ou eliminar os riscos. Informações de contato de emergência para os alunos, o supervisor do local e o instrutor do curso, bem como para os administradores do programa na escola e no trabalho de campo devem ser incluídas, juntamente com a verificação das informações do seguro para a escola e para o local do trabalho de campo.
  6. Explorar e abordar questões éticas antes de se envolver em uma atividade em cada local. Uma vez que o trabalho de campo on-line dos meus alunos significa trabalhar em um ambiente que não está sob a supervisão direta do professor, eles são responsáveis por conhecer e cumprir as regras da instituição que ditam práticas éticas. A maioria dos locais de trabalho de campo transmite uma orientação, de forma individual e coletiva, para os indivíduos novos no local. Se for o caso, um documento de conformidade assinado que verifica o conhecimento do aluno sobre as regras da instalação pode ser enviado ao LMS. Assim como em aulas presenciais tradicionais, os alunos em aulas on-line devem seguir a política do “não fazer mal”. Eles devem se comportar de maneira que não prejudique a reputação da escola que representam ou que coloque em risco a si mesmos ou outros (ver Quadro 2). Já que a natureza do trabalho de campo que eu exijo envolve seres humanos, os alunos também são obrigados a reconhecer a dignidade da pessoa que participa e manter a confidencialidade das informações coletadas. Os alunos aprendem que os seres humanos são filhos de Deus, e, por essa razão, todo cuidado deve ser tomado para proteger e preservar sua dignidade. Além disso, se os participantes forem menores, a permissão dos pais será necessária. Cada país ou estado terá diretrizes específicas para conduzir avaliações de risco, proteger os menores e divulgar como as informações serão usadas. Os instrutores do curso devem consultar o representante legal da escola para garantir que o que está sendo exigido não coloca os alunos em risco nem os envolve em ações judiciais.
  7. Estar ciente das responsabilidades legais e usar o bom senso ao estabelecer programas. Os alunos devem ser obrigados a encontrar profissionais certificados se o seu trabalho de campo exigir assistência profissional ou habilidades especiais. Essas pessoas devem ser examinadas pelo instrutor do curso e pelo administrador do local. Os alunos devem se certificar de que o plano de implementação foi aprovado pelo diretor do programa e pelo local do trabalho de campo e que os participantes assinem os termos de consentimento livre e esclarecido antes que a implementação ocorra. Para obter mais informações sobre o termo de consentimento livre e esclarecido, consulte os recursos fornecidos pela Adventist Risk Management: https://adventistrisk.org/en-us/safety-resources/solutions-newsletter/why-are-consent-to-treatment-forms-important; e pela Universidade de Loma Linda: https://researchaffairs.llu.edu/responsible-research/human-studies/guidelines-for-informed-consent.
  8. Estar atento e trabalhar para a avaliação da atividade de trabalho de campo. Fornecer os documentos de avaliação antes do início do trabalho de campo ajuda os alunos a identificar as expectativas do professor e permite que eles avaliem seu próprio progresso.

Juntos, professores e alunos podem trabalhar para tornar a experiência de campo valiosa. O Quadro 4 fornece um resumo de sete etapas que me ajudaram e podem ajudar outros professores a apoiar os alunos enquanto eles navegam no processo de implementação.

Resumo

Apesar das vantagens do trabalho de campo on-line, também há desafios. Encontrar um local adequado com supervisão adequada, conduzir visitas virtuais e comunicar-se com supervisores dos locais, navegar em protocolos de termos de consentimento livre e esclarecido, aprender a gerenciar o tempo apesar da flexibilidade da educação on-line e manter o entusiasmo são alguns dos desafios enfrentados pelos alunos. A tecnologia também pode representar um problema tanto para o professor quanto para os alunos. A preparação do professor é muitas vezes mais complicada e demorada do que a instrução em sala de aula tradicional, e observar o trabalho do aluno quando o professor está fisicamente ausente também é um desafio, mesmo com o uso de gravações de vídeo ao vivo ou transmissão ao vivo. No entanto, mesmo com esses desafios, o trabalho de campo pode ser feito em cursos on-line, desde que tanto o professor quanto os alunos tenham disponível um computador com acesso ininterrupto à internet de alta velocidade e apoio cooperativo dos locais e agências comunitárias participantes. Trabalhando juntos, os instrutores do curso, os supervisores do local e os alunos podem enfrentar os desafios e garantir uma experiência de campo bem-sucedida.


Este artigo foi revisado por pares.

Evelyn Villaflor-Almocera

Evelyn Villaflor-Almocera, MPH, MD, é professora associada no Departamento de Mestrado em Saúde Pública (MPH) do Instituto Adventista Internacional de Estudos Avançados (AIIAS) em Silang, Cavite, Filipinas. Ela obteve seu MPH no AIIAS e seu diploma de medicina no Matias H. Aznar Memorial College (Southwestern University), na cidade de Cebu, Filipinas. Ela tem ministrado aulas on-line seguindo esses princípios de trabalho de campo desde 2006. A Dra. Villaflor-Almocera é autora do livro Healthy Foods, Healthy Lives (Alimentos saudáveis, vida saudável), publicado em 2017 pela Philippine Publishing House, e escreveu diversos artigos para a revista Health and Home.

Citação recomendada:

Evelyn Villaflor-Almocera, “Preparando alunos on-line para participar de experiências de trabalho de campo,” Revista Educação Adventista 81:2 (Abril–Junho, 2019). Disponível em https://www.journalofadventisteducation.org/pt/2019.81.2.4.

NOTAS E REFERÊNCIAS

  1. Andreas Ulovec et al., “Fieldwork as a Teaching Method: A Case Study Using GPS.” Apresentação no DynaMAT, em 25 de setembro de 2013, em Constantine the Philosopher University, em Nitra, Eslováquia. Disponível em: C:/Users/AIIAS/Downloads/DYNAMAT_Scientia%20iuvenis_Book%20of%20Scientific%20Papers_2013-2%20(2).pdf.
  2. Glen T. Hvenegaard, “Making the Most of Fieldwork Learning Experiences” (7 de Agosto de 2012). Disponível em: https://www.facultyfocus.com/articles/curriculum-development/making-the-most-of-fieldwork-learning-experiences/.
  3. Tim Hall, Mick Healey e Margaret Harrison, “Fieldwork and Disabled Students: Discourses of Exclusion and Inclusion,” Transactions of the Institute of British Geographers 27:2 (junho de 2002):213-231.
  4. Ulovec et al., “Fieldwork as a Teaching Method: A Case Study Using GPS.”
  5. James F. McKenzie, Brad L. Neiger e Rosemary Thackeray, Planning, Implementing, and Evaluating Health Promotion Programs: A Primer, 6th ed. (New York: Pearson, 2017).
  6. Lisa M. Richardson entrevistou Betsey Gray, diretora de campo da Escola de Trabalho Social da University of New England, e Elizabeth Pringle-Hornsby, coordenadora nacional de campo do Centro Acadêmico Virtual da Escola de Trabalho Social da University of Southern California. Ver Lisa M. Richardson, “Field Learning in Online Social Work Programs,” The Field Educator 2:1 (abril de 2012). Disponível em: http://fieldeducator.simmons.edu/article/field-learning-in-online-social-work-programs/.
  7. Ibid.
  8. Sunita Barker e Charmine E. J. Härtel, “Intercultural Service Encounters: An Exploratory Study of Customer Experiences,” Cross Cultural Management 11:1 (março de 2004):3-14.
  9. Ronald L. Braithwaite et al., “Community Organization and Development for Health Promotion within an Urban Black Community: A Conceptual Model,” Health Education 20:5 (dezembro de 1989):56-60.
  10. Bobby Hobgood, “Becoming an Online Teacher,” International Association for Distance Learning. Disponível em: http://www.iadl.org/uk/Aricle31.htm.
  11. Richardson, “Field Learning in Online Social Work Programs.”
  12. Hvenegaard, “Making the Most of Fieldwork Learning Experiences,” para. 3.