Para muitas pessoas, o pensamento de visitar o médico (ou a enfermeira da escola) pode gerar sentimentos de nervosismo, ansiedade ou mesmo medo. Não importa se o consultório está localizado em um arranha-céu, em uma pequena clínica ou em uma sala ao lado da sala do diretor, a possibilidade de a pessoa se sentir tensa pela iminente visita é a mesma. Por que isso acontece? Existe algo que possa ser feito para melhorar a interação entre os profissionais de saúde e seus pacientes? Que papel as escolas podem desempenhar ao ensinar às crianças como se comunicar com aqueles que fornecem cuidados médicos?

Pesquisas indicam claramente que médicos e pacientes alcançam melhores resultados quando se comunicam eficazmente e quando os pacientes participam ativamente em seu próprio cuidado.1 Não apenas os pacientes (e médicos) ficam mais satisfeitos, mas a adesão ao tratamento prescrito melhora, as complicações diminuem e os resultados na saúde se tornam mais positivos. Tanto o Conselho de Acreditação para a Graduação em Medicina (http://www.acgme.org) quanto a Associação das Faculdades de Medicina Americanas (http://www.aamc.org) reconhecem formalmente o papel vital da comunicação interpessoal entre o pessoal da área médica e os pacientes.

Apesar da evidência esmagadora dessa importância, nem todos os que trabalham na área de saúde são bons comunicadores, e muitas pessoas não têm certeza de como participar ativamente na manutenção de sua própria saúde, ou porque não sabem como fazer isso ou porque temem ser rotulados como pacientes problemáticos. As pessoas não só têm dificuldade de fazer o que é melhor para a sua saúde, mas também de interagir com o pessoal da área médica.

Esses padrões assumem seu lugar cedo na vida. Assim, para garantir melhoria nessa relação, ensinar as crianças a interagir com profissionais da área médica desde cedo faz bastante sentido. Este artigo descreve um quadro prático para compreender o que impulsiona o engajamento na saúde pessoal e fornece recomendações específicas para ajudar crianças e adolescentes a desenvolver suas competências nessa área. As sugestões são centradas na sala de aula, mas muitas são aplicáveis ao ambiente doméstico. Professores e outros profissionais (por exemplo, orientadores e enfermeiros escolares) são encorajados a trabalhar com os pais para determinar as formas mais adequadas de atingir as crianças ou outros grupos específicos.

Uma razão pela qual as pessoas experimentam dificuldades em interagir com os médicos é a convicção de que elas têm pouco a contribuir.

Uma razão pela qual as pessoas experimentam dificuldades em interagir com os médicos é a convicção de que elas têm pouco a contribuir. Por não terem o treinamento formal que os profissionais de saúde têm, acham que não têm conhecimento importante para compartilhar. Na verdade, pode ser um desafio o diálogo com um especialista. Somando-se a esse problema, as interações médicas são muitas vezes apressadas, ocorrem em ambientes desconhecidos e podem envolver novos conceitos e jargões. Os pacientes podem ficar desconfortáveis por experiências incômodas, como a de vestir aquele avental estranho, ou por tensões associadas aos próprios procedimentos.

Essas ansiedades são muitas vezes mais visíveis nas crianças,2 cuja angústia se manifesta de várias maneiras, incluindo o choro, a agressividade, a falta de cooperação3 e outros comportamentos que interferem na prestação de cuidados médicos e revelam o dissabor da experiência por parte do jovem paciente. Mas, por causa da evidência empírica acerca dos benefícios de uma boa comunicação e das boas relações nos cuidados médicos, é importante encontrar formas de incentivar a participação ativa dos pacientes na experiência dos cuidados com sua saúde. Essas formas começam por saber como se comunicar de forma eficaz com os profissionais de saúde, já que os estudos demonstram que o envolvimento ativo é importante, mesmo para crianças.4

Aprender essas habilidades de comunicação no início da vida pode ser mais fácil do que aprendê-las mais tarde. Crianças a partir dos dois anos de idade podem comunicar algumas de suas próprias necessidades de cuidado de saúde,5 e dados indicam que as informações fornecidas por crianças mais velhas e adolescentes, agregadas às observações de seus pais, podem ajudar os profissionais médicos a melhorar o tratamento.6

As experiências da infância, quando os padrões são definidos e hábitos aprendidos, determinarão desfechos posteriores da vida. Isso é verdade em muitas áreas, incluindo a área da saúde.7 Vários estudos mostram que hábitos de saúde relacionados a coisas como dieta, exercício e higiene bucal começam muito cedo na vida,8 mas poucos estudos têm se voltado especificamente para o cuidado da saúde pessoal logo cedo na vida, no contexto da visita ao médico. O que podemos fazer para instigar essas habilidades tão importantes de comunicação de autodefesa? Que técnicas são mais relevantes para os jovens e qual a melhor forma de ensiná-los e moldá-los?

Informação, motivação e estratégias

Assim como qualquer outra pessoa, as crianças precisam de três coisas específicas a fim de mudar comportamentos relacionados à saúde.9 Primeiramente, elas precisam de informação. Se elas não entendem o que deveriam estar fazendo, será quase impossível que elas o façam. Em segundo lugar, elas precisam de motivação. Simplesmente saber o que fazer não é suficiente, elas também devem querer fazê-lo. Em terceiro lugar, elas precisam de estratégias que podem ajudá-las a superar os obstáculos e alcançar as metas que estabeleceram para si. Vamos examinar cada um desses itens um pouco mais detalhadamente.

Informação

O primeiro elemento necessário, a informação, contém duas partes: dar e receber. Mesmo os adultos podem achar que é um desafio fornecer informações sucintas e precisas aos médicos ou enfermeiros sobre sintomas, uma vez que essa informação é imprescindível para os profissionais da saúde. Tal como acontece com a maioria das coisas, verbalizar informações sobre a saúde fica mais fácil com a prática, e “normalizar” esse tipo de troca geralmente tornará o paciente menos ansioso. Além disso, ter um vocabulário apropriado é útil. Portanto, as seguintes recomendações podem ajudar professores, enfermeiros de escolas e pais:

  1. Proporcione aos alunos os nomes corretos das partes e das funções do corpo, em vez de criar etiquetas imaginárias como “substitutos” da terminologia adequada.
  2. Quando os alunos fizerem perguntas sobre as partes e/ou funções do corpo, forneça respostas simples, diretas e adequadas à idade; não desencoraje as perguntas ou transmita constrangimento/ansiedade por discutir sobre o corpo humano.
  3. Canalize as informações ao nível de desenvolvimento do aluno. Por exemplo, estudos mostram que crianças de cinco anos ou menos sabem o que é remédio identificando-os pela forma, cor e sabor. Por volta dos seis anos, elas começam a reconhecer as marcas e identificar o papel terapêutico do medicamento (por exemplo, um remédio para tosse). Por volta dos dez anos, as crianças conseguem compreender explicações mais complexas acerca dos medicamentos e seu uso.10 Dessa forma, uma pergunta de uma criança na idade de ensino fundamental sobre o porquê de ela ter de tomar um remédio irá geralmente envolver explicações simples sobre como o medicamento vai ajudar o corpo, enquanto a mesma pergunta feita por um adolescente exigirá uma discussão mais detalhada sobre o prognóstico e prováveis resultados ao usar, ou não, o medicamento.
  4. Use os recursos disponíveis para melhorar o conhecimento dos alunos, bem como o seu próprio (ver quadro da p. 24). Um recurso on-line particularmente bom é o kidshealth.org, do Hospital Infantil Nemours. Nesse site há recursos para pais, crianças e adolescentes que incluem dicionários médicos apropriados para a idade, jogos, questionários, filmes, dicas e receitas. Os materiais estão disponíveis em inglês e espanhol. Outros recursos excelentes são o healthychildren.org (para os pais) e o cdc.gov/family/kidsites (para adolescentes e famílias). Sensibilizar os jovens acerca dos recursos on-line confiáveis e usá-los como parte dos programas de saúde escolar é importante para a promoção da instrução na área da saúde.11

Pelo fato de os níveis de ansiedade serem muitas vezes altos durante uma visita ao consultório médico, em virtude de a terminologia médica ser, às vezes, pouco familiar e as consultas acontecerem rapidamente, a compreensão da informação que se recebe durante uma consulta médica também pode ser um desafio. Talvez a preparação mais importante seja ajudar as crianças a se sentirem confortáveis fazendo perguntas e admitindo quando algo não está claro (isso é frequentemente difícil para os adultos também). As técnicas a seguir permitirão que as crianças se sintam mais confortáveis ao fazer perguntas:

  • Insira uma palavra desconhecida em uma brincadeira, incentive perguntas sobre o significado da palavra e depois, positivamente, reforce as indagações. Reforçar essa habilidade é importante, e a palavra não precisa ser sempre relacionada à saúde.
  • Quando as crianças se sentirem confortáveis ao buscar informações, amplie a prática incluindo outros desafios, como respostas pouco claras ou apressadas.

Ter em mente partes importantes da informação também pode ser difícil, por isso, dicas de memorização são úteis. Aqui estão algumas recomendações para ajudar as crianças a se tornarem bons consumidores de informação:

  1. Discuta sobre o que provavelmente vai acontecer durante a visita ao médico. Se um equipamento médico básico estiver disponível (por exemplo, abaixadores de língua, um estetoscópio ou um medidor de pressão arterial), ele pode ser usado para demonstrar ou mesmo para “imitar” a visita. Alguns aspectos que mais provocam ansiedade nessa visita (por exemplo, vacinas) também podem ser abordados. Convidar o enfermeiro da escola e/ou outro profissional médico para a sala de aula para essa discussão pode ser especialmente útil, pois eles podem compartilhar seus conhecimentos e, por meio da interação, aliviar a ansiedade que alguns alunos podem estar sentindo.
  2. Ajude as crianças a formular suas perguntas com antecedência; elas podem ser escritas e compartilhadas com o médico; crianças mais velhas e adolescentes podem fazer uma lista, como um lembrete, acerca do que perguntar. Professores ou enfermeiros de escola podem oferecer aos pais ou responsáveis pelas crianças um guia sobre como desenvolver uma lista de perguntas ou preocupações sobre essas visitas com questões médicas especiais. Em todos os casos, as crianças devem ser encorajadas a ser francas com os médicos. Não existem perguntas “ruins” ou “burras”; se a criança tem uma preocupação ou se algo está confuso, a pergunta é válida e justificada.
  3. Tomar notas durante uma consulta médica (ou imediatamente após, se é impossível fazê-lo durante a interação) é uma estratégia útil para crianças com mais idade e para adolescentes. Mesmo a anotação de algumas palavras-chave pode fazer a diferença. Se isso não for possível, o médico pode ser solicitado a fornecer uma impressão resumindo a visita e suas recomendações.

Motivação

As pessoas geralmente sabem o que querem, o que elas acham motivador mais do que os outros. As crianças não são diferentes, elas têm fortes preferências. Assim, descobrir os objetivos apropriados e as recompensas certas pode melhorar significativamente seus resultados na área da saúde.12 Conversar com crianças e adolescentes sobre seus interesses e preocupações pode fornecer uma visão-chave acerca do que impulsiona seu comportamento. Isso não só é útil para os pais, professores e profissionais da saúde, mas, quando os jovens aprendem a reconhecer esses interesses por si mesmos e canalizar sua energia, a motivação resultante é poderosa.

Uma estratégia comprovada para fazer mudanças no comportamento envolve dividir as coisas em tarefas pequenas facilmente realizáveis.

Professores, orientadores, enfermeiros escolares e outros adultos de confiança servem como modelos para os alunos. Mostrar a eles como cuidar de sua própria saúde por meio do exemplo de bons comportamentos pode ser mais poderoso do que qualquer coisa que você possa dizer. Aqui estão algumas dicas para motivar os jovens por meio de atitudes exemplares:

  1. Faça seleções de alimentos saudáveis e discuta essas opções com os alunos. Eles percebem o que os adultos ao seu redor comem. As escolhas no refeitório, ou o que um professor ou administrador leva para o almoço pode fornecer um exemplo de alimentação saudável. Discussões acerca de boas escolhas também podem ser informalmente incorporadas em outros tópicos, tanto dentro como fora da sala de aula (por exemplo, compartilhar os detalhes de uma refeição do feriado ou uma receita recém-descoberta).
  2. Preparar alimentos saudáveis, seja seguindo uma receita ou criando um prato único, pode ser divertido e educativo. Isso talvez seja mais facilmente praticado em casa, mas também pode ser incorporado à sala de aula por meio de projetos simples relacionados a feriados ou eventos especiais. Dependendo das instalações disponíveis, uma aplicação mais profunda pode ser possível em aulas de economia doméstica e de saúde (com mais tarefas de casa quando não houver condições adequadas no local). As pesquisas indicam que ensinar sobre alimentação como parte do currículo formal tem um bom impacto na idade adulta.13 Em todas as atividades de sala de aula envolvendo alimentos, esteja alerta para garantir o bem-estar do aluno, inclusive ensinando segurança contra incêndios, evitando queimaduras, ficando atento a alergias, e assim por diante.
  3. Tente incorporar atividades de compras no currículo, tendo o cuidado de se concentrar em aspectos positivos e evitar críticas abertas às escolhas alimentares da família. Incentive os pais a envolver seus filhos nas compras de mantimentos e até mesmo a permitir que eles escolham algumas opções saudáveis para a família.
  4. Para promover um bom relacionamento com o pessoal de saúde, incentive os pais (talvez por meio de um folheto informativo ou do jornal da escola) a permitir que as crianças os acompanhem a algumas consultas médicas, como à vacinação anual contra a gripe. Isso permite que as crianças vejam adultos importantes em sua vida interagindo de forma proativa e engajada com o pessoal da área da saúde.

Estratégias

Saber o que fazer e até mesmo ser motivado a isso não é suficiente. As pessoas precisam de estratégias para ajudá-las a ter sucesso. Uma estratégia comprovada para fazer mudanças no comportamento envolve dividir as coisas em tarefas pequenas facilmente realizáveis.14 Essa atitude não só permite um monitoramento cuidadoso do progresso, mas também permite que se experimente o sucesso mais rapidamente (aumentando assim a autoeficácia, a sensação de que se é capaz de fazer algo, um importante anunciador de sucesso futuro).15

Aqui estão algumas ideias para ajudar os alunos a criar objetivos gerenciáveis na área da saúde e do comportamento:

  1. Peça às crianças que escolham um comportamento específico na área de saúde (por exemplo, comer pelo menos três porções de produtos frescos por dia) que eles gostariam de incorporar em sua vida, ou um indicador de saúde ideal que gostariam de atingir (por exemplo, ser capaz de correr 1 km em menos de 8 minutos). Em seguida, divida a tarefa em várias partes. Por exemplo, para uma criança que não come muitas frutas ou legumes, pode fazer sentido comer primeiramente uma única porção de produtos frescos por dia antes de passar para duas e, finalmente, três. Se uma criança atualmente leva 12 minutos para correr 1 km, estabelecer uma meta de melhorar em 30 segundos por semana parece menos agressivo do que pensar na meta de diminuir 4 minutos inteiros de uma vez. As crianças deveriam se envolver na definição do tamanho das etapas, mostrando-lhes como assumir a responsabilidade pelas escolhas que irão influenciar sua saúde.
  2. Incentive a manutenção visível de registros e conquistas. Ter coisas escritas faz com que tudo pareça mais concreto, e poder acompanhar o progresso em forma de marcações em quadrados, estrelas em um gráfico, ou linhas que se deslocam para cima pode ser gratificante. As tecnologias móveis que ajudam na manutenção de registros e automonitoramento estão ganhando popularidade. Embora ainda não haja maiores informações para indicar sua eficácia, os pesquisadores enfatizam que, se essas tecnologias são úteis para um indivíduo, elas provavelmente aumentarão a motivação.16
  3. Reforce o alcance de metas de maneira apropriada. Às vezes, o simples fato de alcançar o objetivo já é recompensa suficiente, mas, para algumas metas (ou para algumas pessoas), uma recompensa externa é mais eficaz.17 Certifique-se de manter as recompensas consistentes com os objetivos. Recompensar uma alimentação saudável com uma casquinha de sorvete provavelmente não seja uma boa ideia.

Às vezes, pode ser difícil manter o controle daquilo que se deveria estar fazendo. Avisos e lembretes podem e devem ser incorporados ao ambiente para minimizar falhas que aconteceriam por simples esquecimento. Professores e pais podem ajudar os alunos a monitorar seu comportamento e progresso mais eficientemente. Aqui vão algumas ideias:

  • Encoraje as crianças a colocar as coisas em lugares onde elas serão vistas e lembradas. Por exemplo, manter o tênis para exercícios perto da porta ou lanches saudáveis na prateleira superior da geladeira pode ser uma maneira fácil de reforçar as metas de bons comportamentos.
  • Ensine as crianças a usar lembretes. Elas mesmas podem escrever suas notas e colocá-las onde serão mais úteis. Por exemplo, cole um recado no espelho do banheiro: “Não se esqueça de usar o fio dental”, ou uma mensagem no criado-mudo ao lado da cama: “Faça exercícios de respiração profunda antes de se deitar.”
  • Incorpore tecnologias de registro na sala de aulas. Como mencionado anteriormente, agora existem tecnologias que ajudam as pessoas a acompanhar seu comportamento de saúde e que tornam essa atitude uma diversão. Os professores podem incorporar as informações desses dispositivos no currículo, tais como: usar dados de pedômetro em uma aula de matemática ou registrar os resultados das competições de uma aula de educação física. Pesquisadores estão desenvolvendo aplicativos para incentivar a adesão de todos os tipos de atividades, desde o uso de medicações até estilos de vida saudáveis. Alguns desses aplicativos são muito especializados, como os que estão sendo desenvolvidos para pacientes pediátricos transplantados no Hospital Infantil de Boston.18 Eles visam ser ajustáveis a faixas etárias e a diferentes questões médicas. Na verdade, alguns acabarão por se ajustar ao usuário à medida que suas necessidades mudarem. Mantenha seus olhos abertos para ferramentas de alta tecnologia como essas.
  • Encoraje as crianças a fazer parceria com os amigos. Compartilhar objetivos pode motivá-los. Os colegas podem nos lembrar dos compromissos, aplaudir o sucesso e motivar através da competição. Às vezes eles podem ajudar nos três itens, mas os pares também podem fazer comentários negativos e dispersivos. Por essa razão, é importante que os professores promovam a comunicação positiva, apresentando para as crianças formas apropriadas de compartilhar o incentivo.

Em 1 Coríntios 6:19-20 (ARA)19 lemos que “o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que está em vós [...]. Porque fostes comprados por preço”. Isso enfatiza o alto valor que os cristãos, e principalmente os adventistas do sétimo dia, devem colocar na manutenção da saúde do corpo e destaca nossa responsabilidade em cuidar desse templo. Mas, embora as aulas de saúde e de educação física façam parte da maioria dos planos curriculares, os educadores frequentemente comem mal, dormem e se exercitam muito pouco e não se dão ao trabalho de procurar informações sobre como podem melhorar sua saúde. Professores, conselheiros e enfermeiras escolares têm um papel vital a desempenhar ajudando a incutir esses valores a partir de uma idade precoce, não apenas através de uma instrução criativa, mas também da reprodução dos bons comportamentos de saúde.

Os adventistas reconhecem bem as partes mais familiares da mensagem de saúde: alimentar-se de uma dieta baseada em verduras, evitar hábitos nocivos como fumar, etc. Mas podemos nos esquecer da importância de nos envolver nas decisões médicas, trabalhando com os nossos assistentes de saúde para tomar as melhores decisões para nós mesmos como indivíduos. Muitos de nós não praticamos o diálogo com nossos médicos. Engolimos nossas perguntas. Somos passivos em vez de participantes ativos. No entanto, isso não precisa ser verdade para as próximas gerações. Podemos, desde cedo, ensinar as crianças a ser envolvidos em seu próprio cuidado de saúde e, dessa forma, aproximá-los do cumprimento do dever de mordomos que são de seu corpo, o templo do Espírito Santo.

Este artigo foi revisado por pares.

Leslie R. Martin

Leslie R. Martin, PhD, é professora de psicologia da Universidade La Sierra, em Riverside, Califórnia. Ela completou seu doutorado na Universidade da Califórnia, Riverside, e é membro da Western Psychological Association. A Dra. Martin é autora e coautora de vários artigos nas áreas de psicologia da saúde, psicologia social e da personalidade.

Citação recomendada:

Leslie R. Martin, “Ajudando as crianças a ser parceiras eficazes no cuidado de sua saúde,” Revista Educação Adventista 41:1 (Janeiro–Março, 2017). Disponível em https://www.journalofadventisteducation.org/pt/2017.2.4.pt.

NOTAS E REFERÊNCIAS

  1. Debra L. Roter e Judith A. Hall, Doctors Talking With Patients/Patients Talking With Doctors: Improving Communication in Medical Visits, 2. ed. (Westport, Conn.: Greenwood Publishing Group, 2006).
  2. Colleen Lacey, Marsha Finkelstein e Megan Thygeson, “The Impact of Positioning on Fear During Immunizations: Supine versus Sitting up,” Journal of Pediatric Nursing 23:3 (junho de 2008):195-200; Mark Lumley, Barbara Melamed and Linda Abeles, “Predicting Children’s Presurgical Anxiety and Subsequent Behavior Changes,” Journal of Pediatric Psychology 18:4 (agosto de 1992):481-497.
  3. Lumley, Melamed e Abeles, “Predicting Children’s Presurgical Anxiety and Subsequent Behavior Changes,” ibid.; Dynnette Hart and Elizabeth Bossert, “Self-reported Fears of Hospitalized School-aged Children,” Journal of Pediatric Nursing 9:2 (abril de 1994):83-90; Paul Jacobson et al., “Analysis of Child and Parent Behavior during Painful Medical Procedures,” Health Psychology 9:5 (janeiro de 1990):559-576.
  4. Arlene Butz et al., “Shared Decision Making in School-age Children with Asthma,” Pediatric Nursing 33:2 (março de 2007):111-116.
  5. Cristina Nova, Elena Vegni e Egidio A. Moja, “The Physician-Patient-Parent Communication: A Qualitative Perspective on the Child’s Contribution,” Patient Education and Counseling 58:3 (setembro de 2005):327-333.
  6. Gordon H. Guyatt et al., “Children and Adult Perceptions of Childhood Asthma,” Pediatrics 99:2 (fevereiro de 1997):165-168.
  7. Neal Halfon e Miles Hochstein, “Life Course Health Development: An Integrated Framework for Developing Health, Policy, and Research,” Milbank Quarterly 80:3 (setembro de 2002):433-479.
  8. Howard S. Friedman et al., “Stability of Physical Activity Across the Lifespan,” Journal of Health Psychology 13:8 (novembro de 2008):1092-1104; Vera Mikkila et al., “Consistent Dietary Patterns Identified From Childhood to Adulthood: The Cardiovascular Risk in Young Finns Study,” British Journal of Nutrition 93:6 (junho de 2005):923-931; Robert Malina, “Tracking of Physical Activity Across the Lifespan,” President’s Council on Physical Fitness and Sports Research Digest 3:14 (setembro de 2001):1-8; Dorthe Holst and Annemarie A. Schuller, “Oral Health in a Life-course: Birth Cohorts from 1929 to 2006 in Norway,” Community Dental Health 29:2 (junho de 2012):134-143.
  9. Leslie R. Martin, Kelly B. Haskard-Zolnierek e M. Robin DiMatteo, Health Behavior Change and Treatment Adherence: Evidence-based Guidelines for Improving Healthcare (Nova York: Oxford University Press, 2010).
  10. Christina de Maria, Marie-Thérèse Lussier e Jana Bajcar, “What Do Children Know about Medications? A Review of the Literature to Guide Clinical Practice,” Canadian Family Physician 57:3 (março de 2011):291-295.
  11. Saud F. Ghaddar et al., “Adolescent Health Literacy: The Importance of Credible Sources for On-line Health Information,” Journal of School Health 82:1 (janeiro de 2012):28-36.
  12. Martyn Standage et al., “Predicting Students’ Physical Activity and Health-related Well-being: A Prospective Cross-domain Investigation of Motivation across School Physical Education and Exercise Settings,” Journal of Sport and Exercise Psychology 34:1 (fevereiro de 2012):37-60.
  13. A. Worsley et al., “Does School Health and Home Economics Education Influence Adults’ Food Knowledge?” Health Promotion International (agosto de 2015). Disponível em: . DOI: 10.1093/heapro/dav078. Acesso em: dez. 2015.
  14. Martin et al., Health Behavior Change and Treatment Adherence, op. cit.; Thomas Bodenheimer, Connie Davis, and Halsted Holman, “Helping Patients Adopt Healthier Behaviors,” Clinical Diabetes 25:2 (abril de 2007):66-70.
  15. Martin et al., Health Behavior Change and Treatment Adherence, ibid.; Albert Bandura, “Self-efficacy: Toward a Unifying Theory of Behavioral Change,” Psychological Review 84:2 (março de 1977):191-215.
  16. Lora E. Burke et al., “Current Science on Consumer Use of Mobile Health for Cardiovascular Prevention: A Scientific Statement from the American Heart Association,” Circulation 132 (agosto de 2015):1-57; Leslie R. Martin and V. E. Haro, “Adherence Technologies and Treatment Engagement,” in W. O’Donohue, L. James, and C. Snipes, eds., Practical Strategies and Tools to Promote Treatment Engagement (Nova York: Springer, no prelo).
  17. Martin et al., Health Behavior Change and Treatment Adherence, op. cit.
  18. Tripp Underwood, “Improving Medical Adherence in Kids? There’s (Going to be) an App for that,” Thriving-Boston Children’s Hospital’s Pediatric Health Blog (julho de 2012). Disponível em: . Acesso em: 20 jun. 2014.
  19. Os textos bíblicos indicados como ARA são da versão Almeida Revista e Atualizada, copyright© 1993.